São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Legalização das drogas
É meritório que a Folha amplie o debate sobre a questão das drogas, mas ficou faltando colocar no editorial "Legalizar as drogas", publicado ontem, o seguinte: a ampliação dos programas de prevenção para diferentes públicos e idades, o aumento da informação baseada em evidências científicas, a formação de profissionais capacitados a lidar com a questão.
Além disso, o incremento das instâncias de tratamento, tanto ambulatoriais como de internação especializada, e a promoção da reinserção social dos casos tratados para prevenir recaídas.
Deixar a discussão centrada nas leis de regulamentação do uso não permite a real discussão das políticas públicas.
LUIZ ALBERTO CHAVES DE OLIVEIRA, médico, coordenador de políticas públicas sobre drogas do Estado de São Paulo, órgão da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania (Jandira, SP)

 

O que é preocupante no estágio do debate atual sobre a legalização da maconha são os argumentos econômicos: os recursos daí advindos, impostos etc., como se o que estivesse em jogo fosse aumentar a arrecadação.
O que é preocupante é saber como ideias a princípio boas podem se tornar práticas desastrosas. A CPMF era para sanear a saúde, virou o que virou. Acho ingênuo pensar que esses recursos seriam mesmo dirigidos para a reabilitação de drogados.
VANIA PRATA FERREIRA REIS (Vitória, ES)

 

Perfeita a análise do editorial desta Folha sobre a legalização das drogas. Passados 50 anos de existência das atuais leis, que criminalizam a produção e os usuários de drogas, temos resultado zero no combate, além de expansão da corrupção policial e aumento incrível da violência.
Fico pasmo com a hipocrisia nos programas acríticos, sobretudo das emissoras de TV, ao noticiarem quase diariamente que "hoje a polícia efetuou a maior apreensão de drogas do ano". Vejo e escuto essa cantilena há mais de 20 anos.
LUIZ ROBERTO PERES (Bauru, SP)

 

Finalmente, depois de muitas decepções, pude sentir orgulho do Supremo na sua decisão favorável à Marcha da Maconha. Contudo, fico muitíssimo surpreendida pelo fato de absolutamente ninguém defender o direito ao uso medicinal da maconha.
Fumar um baseado traz bem-estar a quem faz quimioterapia, diminuindo o enjoo, abrindo o apetite e diminuindo a ansiedade de tratamento tão invasivo.
Sei disso por experiência própria, em tratamento fora do país, e por diversos artigos científicos, disponíveis na internet para qualquer um. Não sou médica, sou paciente de câncer. Já que os médicos não se manifestam, resta a nós, os doentes, essa tarefa.
A maconha já me foi útil, e pode ser útil a pessoas que sofrem.
Os medicamentos contra enjoo resultante da quimioterapia são caríssimos, e nem sempre a rede pública os disponibiliza. Por quanto tempo os cidadãos respeitadores da lei continuarão sem acesso a essa solução?
MONICA BAPTISTA CIARI, portadora de câncer de mama (São Paulo, SP)

Bombeiros
Belo e correto o texto do senador Marcelo Crivella, na Folha de ontem ("Fatos e circunstâncias", "Tendências/Debates"), sobre os bombeiros do Rio de Janeiro.
Não deveriam ter sido massacrados como foram, por um governador politicamente transtornado. Não são meliantes.
Ganham o que a indecência das autoridades lhes paga: pouco mais de 900 reais por mês.
Erraram formalmente, exageraram, pensaram que, de tão justa que era a reivindicação que faziam, todos sairiam em seu apoio. Foram presos, com tanto bandido solto. A Justiça há de fazer justiça. E o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deve resolver rapidinho esse problema para não ter de posar novamente com ares de falsa indignação.
PAULO SERODIO (São Paulo, SP)

Carga tributária
Excelente a matéria "País tem carga fiscal alta, mas população se beneficia pouco" (Poder, 18/ 6). Os indicadores publicados corroboram a tese de que o governo tem a obrigação moral, cívica e imediata de converter em via de duas mãos as relações que mantém com o contribuinte. Atualmente, predomina a mão que leva, mas falha a que deveria prover a justa compensação.
Além disso, a reforma tributária e fiscal não avança, devido aos bloqueios derivados do jogo de interesses e/ou das exposições políticas. Assim, tem sido sempre mais fácil para o governo jogar a carga para o cidadão, inclusive com as frequentes ameaças de exumação da CPMF.
JOÃO CARLOS A. FIGUEIRA (Rio de Janeiro, RJ)

Narrações de futebol
Até que enfim alguém da imprensa resolveu falar sobre Milton Leite, narrador de esportes do Sportv. Vanessa Barbara, na Ilustrada de ontem, mostra o que um telespectador comum gostaria de falar sobre o narrador.
Agora apareceu alguém diferente para narrar jogos pela televisão, fora da mesmice habitual.
Milton Leite, com seu jeito meio caipira, transmite as emoções que o telespectador está sentindo nas partidas, melhorando até esses jogos "mornos", de um futebol meio acabado, que temos visto ultimamente. É hora de a Globo pensar em aposentar o Galvão.
TOMAZ DE AQUINO DOS SANTOS (Piracicaba, SP)

Ciclistas
O leitor Andre Kehdi ("Painel do Leitor", ontem) tropeça na matemática ao concluir que é mais seguro ser ciclista que pedestre, apontando que o número de mortes destes é muito maior que daqueles. A conta certa a fazer é considerar o universo de pedestres que saem às ruas todos os dias e retirar desse total o número de mortos; depois, deve-se fazer a mesma conta com o universo de ciclistas.
Sem gastar tempo com contas e probabilidades, parece óbvio que é mais seguro caminhar sobre as calçadas que disputar espaço nas avenidas com automóveis e caminhões.
Também vejo nascer com certa perplexidade mais uma minoria que quer se tornar uma nova classe de pensamento, juntando-se agora às marchas da maconha, das vadias e da "liberdade".
CARLOS CESAR FERRANTE (São Paulo, SP)

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