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POSSEIROS DA REITORIA
A escolha e a nomeação do novo
reitor da UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro) têm dado ocasião
para declarações oportunistas e pressões ilegítimas de políticos e professores, alunos e funcionários da universidade. O colégio eleitoral universitário escolheu os candidatos para
formar uma lista tríplice, encaminhada ao presidente da República,
que tem a prerrogativa de escolher
quaisquer dos nomes indicados.
O primeiro candidato encaminhado
ao presidente, Aloísio Teixeira, venceu no colégio eleitoral universitário
e contava também com o expressivo
apoio de professores, alunos e funcionários. Mas o segundo personagem da lista, José Vilhena, foi o escolhido pelo presidente e tomou posse
no Ministério da Educação, em Brasília, enquanto o saguão da reitoria
da UFRJ era ocupado, em protesto,
por estudantes e funcionários. Estava armado um impasse, o qual vem
sendo explorado politicamente.
Tais protestos tentaram forçar a nomeação de Aloísio Teixeira, ao arrepio das normas legais. Os manifestantes afirmam que a escolha de FHC
foi uma represália a Teixeira, que critica o governo federal. Com a reitoria
ocupada, o reitor, ainda que regularmente nomeado, exerce inusitadamente o cargo em gabinetes de professores que o apóiam. A crise também deu combustível para a politização eleitoreira de uma questão que
deveria ser universitária, por parte de
candidatos ao governo do Rio.
De fato são legítimas as aspirações
à autonomia universitária, o que não
significa um desligamento da universidade do contexto social e político e
da sociedade que a financia. Daí a
norma segundo a qual a nomeação
do reitor dentre os nomes indicados
pela comunidade universitária depende da escolha de chefes do Executivo. Pode até não ser essa a melhor
forma, e possivelmente o governo federal agiu de maneira pouco hábil.
Mas a balbúrdia na UFRJ é uma violência contra disposições legais.
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