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VIOLÊNCIA EM QUEDA
Uma sociedade na qual são
cometidos em média, por ano,
35,9 homicídios para cada 100 mil
habitantes certamente enfrenta sérios problemas. Essa é a realidade verificada no Estado de São Paulo em
2003, segundo estudo recém-divulgado pela Fundação Seade (Sistema
Estadual de Análise de Dados). Nos
Estados Unidos, o índice fica em torno de 7 e, no Japão, não chega a um
homicídio por 100 mil pessoas.
Os paulistas, no entanto, podem
ver com um pouco menos de pessimismo essas estatísticas, pois a média anual de mortes por homicídios
diminuiu 17% entre 1999 e 2003, o
que caracteriza uma tendência de
queda. Infelizmente, quando se consideram os jovens, não há motivo para otimismo. Enquanto a taxa média
geral declinou 17%, no que tange aos
homens na faixa de 15 a 19 anos, no
mesmo período, ela caiu apenas
7,8%, passando de 134 para 123,5 homicídios por 100 mil indivíduos.
De acordo com os responsáveis pelo trabalho, a redução do índice geral
é fruto de fatores como a melhoria da
atuação policial, com reforço de bases comunitárias, da política de controle de armas e da ação do poder público e de organizações não-governamentais em regiões com elevadas
taxas de violência.
Os números, porém, sublinham a
necessidade de que as autoridades
públicas redobrem suas atenções em
relação aos jovens do sexo masculino. Não há dúvida de que aperfeiçoar
a polícia continua sendo um objetivo
essencial, pois a impunidade desempenha um papel nefasto no aumento
da criminalidade. É fato também que
crescimento econômico, o aumento
de oportunidades de emprego e
avanços na educação tendem a diminuir a violência.
Sem nutrir ilusões sobre a necessidade de transformar o meio para corrigir o indivíduo, o quadro indica que
é preciso avançar em iniciativas de
inclusão social e no combate à cultura da violência, que infelizmente se
dissemina na sociedade e impera em
determinados nichos.
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