São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2004

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VIOLÊNCIA EM QUEDA

Uma sociedade na qual são cometidos em média, por ano, 35,9 homicídios para cada 100 mil habitantes certamente enfrenta sérios problemas. Essa é a realidade verificada no Estado de São Paulo em 2003, segundo estudo recém-divulgado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Nos Estados Unidos, o índice fica em torno de 7 e, no Japão, não chega a um homicídio por 100 mil pessoas.
Os paulistas, no entanto, podem ver com um pouco menos de pessimismo essas estatísticas, pois a média anual de mortes por homicídios diminuiu 17% entre 1999 e 2003, o que caracteriza uma tendência de queda. Infelizmente, quando se consideram os jovens, não há motivo para otimismo. Enquanto a taxa média geral declinou 17%, no que tange aos homens na faixa de 15 a 19 anos, no mesmo período, ela caiu apenas 7,8%, passando de 134 para 123,5 homicídios por 100 mil indivíduos.
De acordo com os responsáveis pelo trabalho, a redução do índice geral é fruto de fatores como a melhoria da atuação policial, com reforço de bases comunitárias, da política de controle de armas e da ação do poder público e de organizações não-governamentais em regiões com elevadas taxas de violência.
Os números, porém, sublinham a necessidade de que as autoridades públicas redobrem suas atenções em relação aos jovens do sexo masculino. Não há dúvida de que aperfeiçoar a polícia continua sendo um objetivo essencial, pois a impunidade desempenha um papel nefasto no aumento da criminalidade. É fato também que crescimento econômico, o aumento de oportunidades de emprego e avanços na educação tendem a diminuir a violência.
Sem nutrir ilusões sobre a necessidade de transformar o meio para corrigir o indivíduo, o quadro indica que é preciso avançar em iniciativas de inclusão social e no combate à cultura da violência, que infelizmente se dissemina na sociedade e impera em determinados nichos.


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