São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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Só para motos

DESDE segunda-feira, as avenidas Sumaré e Paulo 6º, na zona oeste de São Paulo, ganharam uma faixa para motocicletas. Ao contrário da experiência da autoproclamada "faixa cidadã", implantada no corredor formado pela avenida Rebouças e pela rua da Consolação, que está se revelando uma completa inutilidade, esse é um teste que faz sentido.
A principal diferença é que, no modelo da Sumaré, a faixa de motos é exclusiva. O carro que a invadir poderá ser multado. Já na Rebouças, a pista destinada às motos é apenas preferencial, ou seja, os carros continuam a utilizá-la como sempre fizeram. A única mudança perceptível na via desde a implantação da "faixa cidadã" é a nova sinalização.
Outro detalhe importante, no caso da Sumaré, é que a avenida não sofreu redução no número de pistas. As faixas destinadas aos carros tiveram sua largura diminuída, o que abriu espaço para as motos. A velocidade máxima permitida na via foi baixada de 70 km/h para 60 km/ h. As pistas mais estreitas funcionam como um incentivo adicional para que os motociclistas trafeguem no espaço a eles reservado.
A idéia é que a faixa exclusiva funcione em regime de experiência por seis meses. Se for considerada positiva, a iniciativa poderá ser estendida a outras vias, como a 23 de Maio. Aqui é necessária alguma cautela. Os resultados obtidos na Sumaré não podem ser automaticamente extrapolados para outros corredores. O fluxo de motos na Sumaré nos horários de pico é de 300 por hora, contra 1.500 na 23 de Maio.
De toda maneira, pelo menos como experiência, a faixa exclusiva da Sumaré é válida. É preciso buscar meios para reduzir o número de acidentes envolvendo motocicletas. Elas representam apenas 9,5% da frota, mas estão envolvidas em 22% dos acidentes em São Paulo.


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