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Só para motos
DESDE segunda-feira, as
avenidas Sumaré e Paulo
6º, na zona oeste de São
Paulo, ganharam uma faixa para
motocicletas. Ao contrário da experiência da autoproclamada
"faixa cidadã", implantada no
corredor formado pela avenida
Rebouças e pela rua da Consolação, que está se revelando uma
completa inutilidade, esse é um
teste que faz sentido.
A principal diferença é que, no
modelo da Sumaré, a faixa de
motos é exclusiva. O carro que a
invadir poderá ser multado. Já
na Rebouças, a pista destinada às
motos é apenas preferencial, ou
seja, os carros continuam a utilizá-la como sempre fizeram. A
única mudança perceptível na
via desde a implantação da "faixa
cidadã" é a nova sinalização.
Outro detalhe importante, no
caso da Sumaré, é que a avenida
não sofreu redução no número
de pistas. As faixas destinadas
aos carros tiveram sua largura
diminuída, o que abriu espaço
para as motos. A velocidade máxima permitida na via foi baixada
de 70 km/h para 60 km/ h. As
pistas mais estreitas funcionam
como um incentivo adicional para que os motociclistas trafeguem no espaço a eles reservado.
A idéia é que a faixa exclusiva
funcione em regime de experiência por seis meses. Se for considerada positiva, a iniciativa poderá ser estendida a outras vias,
como a 23 de Maio. Aqui é necessária alguma cautela. Os resultados obtidos na Sumaré não podem ser automaticamente extrapolados para outros corredores.
O fluxo de motos na Sumaré nos
horários de pico é de 300 por hora, contra 1.500 na 23 de Maio.
De toda maneira, pelo menos
como experiência, a faixa exclusiva da Sumaré é válida. É preciso buscar meios para reduzir o
número de acidentes envolvendo motocicletas. Elas representam apenas 9,5% da frota, mas
estão envolvidas em 22% dos acidentes em São Paulo.
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