São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Editoriais

editoriais@uol.com.br

Em céu azul

MENOS DE dois meses se passaram, e o quadro sucessório nas maiores capitais do país experimenta notável reversão. Em fins de julho, observava-se uma relativa fragilidade, nas pesquisas de intenção de voto, dos candidatos identificados com os governos locais. Hoje, segundo o Datafolha, a situação é outra.
As máquinas municipais e estaduais vão firmando, num contexto de desafogo financeiro e realizações administrativas, sua importância no cenário eleitoral. O caso de Belo Horizonte talvez seja o mais expressivo: apoiado pelo governador Aécio Neves, do PSDB, e pelo prefeito Fernando Pimentel, do PT, o candidato Marcio Lacerda (PSB) tinha apenas 6% das preferências na última semana de julho; é agora o favorito, com 41% do eleitorado.
No Rio de Janeiro, o PMDB do governador Sérgio Cabral agora vê seu candidato, Eduardo Paes, assumir a liderança, com 26% dos votos, oito pontos acima do segundo colocado. No início de julho, Paes contava apenas com 9% de eleitores a seu favor.
O petista João da Costa, no Recife, conta com três governos, o federal, o estadual e o municipal, a sustentá-lo. Na pesquisa de julho, estava oito pontos atrás do oposicionista Mendonça (DEM); ganhou 26 pontos desde então, e venceria no primeiro turno se as eleições fossem realizadas hoje.
O desenvolvimento da campanha, alimentado pelo horário gratuito, vai eliminando as perspectivas das oposições locais na maioria das grandes cidades. "É a economia, estúpido", declarou um marqueteiro americano nos anos de glória de Bill Clinton.
Longe do padrão americano, o eleitor brasileiro se contenta com bem menos; seja como for, não se queixa da atual conjuntura. Os governantes de plantão, e suas máquinas maravilhosas, agradecem a preferência.


Texto Anterior: Editoriais: Longo caminho
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Dois descasamentos e um funeral
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.