São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Eleições
A campanha do PSOL à Presidência repudia a declaração feita pelo cineasta José Padilha à Folha (Ilustrada, 17/9) de que, nas campanhas de Plínio, Dilma e Serra, é "tudo encenado por marqueteiros". Isso é uma inverdade no caso da minha candidatura, para a qual o discurso político sempre deve prevalecer. No lugar do marqueteiro, o PSOL conta com a militância política e a conscientização crítica da população.
PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO, candidato à Presidência da República pelo PSOL (São Paulo, SP)

 


Gostaria de informar ao presidente Lula que não é só a imprensa que não o tolera: muitos brasileiros de bem também. Os 4% que avaliam seu governo como ruim ou péssimo não estão só na casa de José Serra e de Geraldo Alckmin. Estão na minha casa também. E como telespectador, ouvinte e leitor, pude concluir que as denúncias publicadas na imprensa são todas verdadeiras.
GILBERTO DE CAMARGOS CUNHA (Uberlândia, MG)

 


Não há como fugir da realidade sobre o resultado das próximas eleições. Qualquer candidato que Lula indicar à Presidência vencerá a disputa. Por mais problemas de corrupção e escândalos que tenham ocorrido durante seus mandatos, os avanços e as conquistas, sobretudo das classes C e D, foram muito maiores. É inegável. José Serra não tem nem argumentos para tentar equilibrar a disputa. Por mais que fale dos recentes problemas na Casa Civil, não consegue ligar o fato à disputa. A eleição está mais que definida, e no primeiro turno.
HABIB SAGUIAH NETO (Marataízes, ES)

FHC
O sr. Xico Graziano ("Tendências/Debates", 19/9) acusa Lula -e o PT- de "deformar a história" ao esconder o mérito do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, lido o seu artigo percucientemente, não se logra encontrar em lugar algum o nome do também ex-presidente Itamar Franco, em cujo governo criou-se o Plano Real, a política estruturante mais importante que tivemos e que deu um cargo, há muito ambicionado, ao sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Isso sim é "equivocado, egocêntrico, imoral e injusto".
MILTON LAMENHA DE SIQUEIRA (Pedro Afonso, TO)

 


O ex-deputado Xico Graziano talvez tenha razão quanto ao posicionamento do presidente Lula em relação ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ("História mal contada", Opinião, 19/9). Mas ele esqueceu de dizer no seu artigo que o PSDB e seus candidatos têm tido um comportamento semelhante ao longo das últimas campanhas eleitorais.
ÁLVARO ALVES DE MOURA JR. (São Paulo, SP)

Ateísmo
Pegando um gancho na infeliz declaração do papa Bento 16, é interessante notar que os ateus, tão visados pelos "religiosos", não questionam nem reprovam aqueles que professam sua fé e creem em seus "deuses". Alguém já viu ateus dizendo que querem "desconverter" os que são cristãos, muçulmanos, evangélicos ou de qualquer outra religião? Claro que não. Os ateus querem apenas exercer o direito de não crer em nenhum deus e de não seguir qualquer religião. Então que direito têm os religiosos de ter como meta principal condenar e, na melhor da hipóteses, converter ateus a alguma religião? Desfrutem do direito de professar sua fé e sua religião sem nenhum tipo de perseguição ou preconceito e deixem em paz os ateus. É pedir muito?
JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP)

Universidades
O editorial "Longe da Excelência" (18/9) ressalta uma das causas apontadas em levantamento do "Times Higher Education Supplement" para a performance pífia das instituições brasileiras de ensino superior: a relativa falta de recursos. Porém outros fatores apontados naquela pesquisa explicam melhor por que o Brasil não parece se equiparar a potências emergentes como Egito, Turquia, África do Sul e China, que têm diversas instituições entre as 200 melhores do mundo. Entre esses fatores estão burocracia excessiva, inércia e baixa penetração internacional. A USP, que tem custos comparáveis a universidades europeias, é criticada por ser excessivamente "ensimesmada". Em vez de reivindicar fatias cada vez mais polpudas dos orçamentos, a educação superior pública deveria primeiro fazer a lição de casa, reformando cursos e departamentos jurássicos, estimulando a meritocracia e dando melhor retorno aos vultosos recursos que o país já investe nele.
RAUL ABRAMO, Departamento de Astrofísica da Princeton University (Princeton, EUA)

Bienal
A Folha publicou (Poder, 18/ 9) a decisão da OAB de pleitear a retirada da obra do artista Gil Vicente da Bienal. Lamentei profundamente a decisão do presidente. Não sei se a classe como um todo concorda com seu gesto de censura à arte. Ao contrário do que ele sustenta, o único limite que a arte deve encontrar é o bem estar dos seres vivos. Há programas de TV de cunho tão agressivo à espécie humana (como um que obrigou um participante a comer um rato vivo) que mereceriam a mesma atitude. Ode a Gil Vicente por sua coragem de retratar sua simbólica agressividade.
TATIANA LA SCALA LAMBAUER (Santos, SP)

Rádio
Parabenizo os jornalistas Eduardo Ribeiro e Hamilton Almeida pelo artigo "O brasileiro que inventou o rádio" (Opinião, 19/9). O grande cientista brasileiro foi preterido na história do rádio em prol de Guglielmo Marconi. Inegavelmente ambos foram grandes cientistas, porém já foi provado e documentado que a invenção do rádio, de fato e de direito, pertence ao padre cientista gaúcho Roberto Landell de Moura. Em louvor às suas importantes pesquisas, os radioamadores brasileiros houveram por bem homenageá-lo como seu patrono.
JOSÉ LAHOR FILHO (Uberlândia, MG)

Ilustríssima
André Singer revelou-se mais uma vez fino analista político ao enfocar o lulismo (Ilustríssima, 19/9). Lula constituiu, desde o alto, o povo em ator político, retomando a combinação de autoridade e proteção aos pobres que Getúlio encarnou. Empurrados pelas circunstâncias, o líder e suas bases se deram as mãos: o presidente precisava do povo e o povo identificou nele o propósito de redistribuir a renda sem confronto. Foi o encontro da fome com a vontade de comer. Primeiro, o andar de baixo fechou com Lula a partir de 2006. Depois, a aliança de Lula com o povo completou-se pela conquista da burguesia, no segundo mandato. Perfeita a análise. Só peca por não mostrar o outro lado da moeda. A habilidade estratégica de Lula teve um preço impossível de ser pago pela democracia: a destruição sistemática e metódica de toda a ossatura institucional do sistema democrático. A separação dos Poderes, a autonomia dos Estados, o respeito à oposição, a liberdade de imprensa, foi tudo abalado. A popularidade de Lula passou como rolo compressor sobre as instituições democráticas, fazendo do país terra arrasada.
GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (São Paulo, SP)

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