São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2011

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ELIANE CANTANHÊDE

Lá em NY e aqui na real

BRASÍLIA - Nós e o mundo temos neste momento, via saúde, uma boa amostra dos dois Brasis de encantos mil: um em Nova York, com Dilma enaltecendo as maravilhas conquistadas, e outro aqui, com suas mazelas inacreditáveis.
Lá, a presidente diz, ao lado do ministro Alexandre Padilha, que a prioridade é a saúde da mulher e enaltece os remédios gratuitos para diabetes e hipertensão, os exames preventivos de mama e de colo de útero e os avanços no setor.
Cá, a Folha publica que dez Estados não investiram o mínimo de 12% de suas receitas em saúde em 2009, retirando R$ 2 bilhões de uma área vital, literalmente. E o "Globo" informa que, sem controle, a infecção hospitalar mata 100 mil ao ano.
No copo meio cheio, há, de fato, avanços inegáveis nestas duas décadas. No copo meio vazio, a saúde dos brasileiros pobres ainda está num estado deplorável.
Há hospitais, aparelhos e médicos de ponta, para país desenvolvido nenhum botar defeito, e a medicina preventiva tem tido vitórias. Mas há milhões de desassistidos ou mal assistidos distantes do "outro Brasil".
Enquanto a primeira presidente mulher badala lá, cá a ministra Tereza Campelo dá uma forcinha ao anunciar que as grávidas do Bolsa Família terão mais R$ 32 por mês e ainda uns trocados quando amamentarem, num total de até 15 meses (gravidez e amamentação).
Somando o lá e o cá e ajustando a ótica do copo meio cheio e do meio vazio, temos que o Brasil avança, sim, em saúde, mas aos trancos e barrancos. Falta muito.
Padilha, aliás, faz um vapt-vupt: vem para a votação na Câmara da emenda 29 (sobre recursos da saúde), faz meia volta e vai a Cuba. O governo evita a qualquer custo a vinculação, como o texto original do petista Tião Viana previa, e quer uma janela aberta para a nova CPMF, vulgo CSS, pular dentro. Com o empurrão do Senado.

elianec@uol.com.br


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