São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Motofrete certificado

A PREFEITURA de São Paulo acena, enfim, com uma idéia interessante e factível para lidar com a questão dos motoboys na capital. Está previsto para a semana que vem o lançamento de um programa de certificação para empresas de motofrete que aceitem cumprir normas básicas de segurança.
Os contornos do projeto municipal seguem um protocolo difundido no mundo dos negócios. Estabelece-se um padrão de qualidade auditável por um órgão isento, simbolizado num selo concedido às empresas que cumpram as exigências. O modelo é de participação voluntária, mas induz os agentes, temerosos de perder mercado, a aderir ao sistema e melhorar seu serviço.
No caso dos motoboys de São Paulo, essa melhoria pode significar a diferença entre a vida e a morte. O plano da prefeitura ainda carece de detalhamento, mas a idéia é dar à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) o poder de auditar empresas de motofrete e conferir-lhes o selo de qualidade. A necessidade de reduzir o número de acidentes com motoboys seria um dos requisitos para obter a certificação.
A cada dia, em média, 1 motociclista morre e outros 25 sofrem alguma lesão por conta de acidentes na capital. Muitas vidas e força de trabalho seriam poupadas se procedimentos elementares de segurança fossem adotados pelos condutores. No ano passado, a prefeitura anunciou um ambicioso plano de cadastrar, treinar e padronizar equipamentos de mais de 100 mil motociclistas. Não teve capacidade de implementá-lo.
O sistema de certificação abre um veio mais realista e inteligente de lidar com o problema. Num prenúncio de que esse é um caminho promissor, grandes empresas que usam serviços de motoboys já decidiram que só vão contratar firmas que tenham o selo da CET. A conferir.


Texto Anterior: Editoriais: À espera da colheita
Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Macunaíma 2º
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.