Arquivo da ditadura
Como historiador, acho salutar e necessário abrirem-se todos os arquivos -oficiais ou não, e dos dois lados- da era de chumbo do período 64/85.
A função da história é não só lembrar o passado mas também, utilizando tais lembranças, iluminar o futuro. Diz um ditado popular que "errar é humano, repetir o erro é burrice".
Esse deve ser o objetivo de tais aberturas, para que não venhamos a repetir os descalabros que todo regime autoritário comete.
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA , conselheiro da OAB-RJ (Rio de Janeiro, RJ)

Violência
Os jornais mostraram que o garoto que agrediu um rapaz na Paulista com uma lâmpada já teve problemas na escola, agrediu colegas e por aí afora.
O que se vê nas cenas da TV é um menor voltando para casa às 6 horas e dando vazão à selvageria. É de se perguntar o que os pais desse garoto fizeram (se é que fizeram algo) quando ele apresentou comportamento selvagem anteriormente. Procuraram ajuda? Deram algum castigo? Ao menos deram uma bronca? É de se duvidar.
Se o tivessem feito, esse menino não teria chegado a tal ponto.
Se houvesse muita preocupação com sua formação, certamente ele não estaria voltando da "balada" às 6 horas.
Ele é menor de idade. E, por lei, os pais são considerados responsáveis pelos filhos menores.
Pais que "educam" dessa forma são irresponsáveis. E entregam à sociedade verdadeiras bombas humanas.
MARIA CRISTINA DA ROCHA AZEVEDO (Florianópolis, SC)

Tiririca
Pouco importa se Tiririca é analfabeto ou não. O que me preocupa é a suposta falsificação da declaração feita de próprio punho e assinada por ele. Se assim for, Tiririca sabe muito bem o que um deputado faz na Câmara. E, por incrível que pareça, já "começou bem".
SANDRO CÉSAR GALLINARI (Praia Grande, SP)

Direitos
Até onde vão os nossos direitos -ou a falta deles? Esta é uma pergunta que me faço frequentemente. Sou uma cidadã, pago meus impostos e o que recebo em troca? Nada.
Aumentou minha indignação diante deste fato desde que me tornei empresária neste país, onde imperam a sonegação, a corrupção, a injustiça e a violência.
Fico imaginando o quanto o governo poderia fazer em prol do povo com os impostos que recebe. Mas não recebemos nada.
Não temos uma educação nem perto de razoável -às vezes acho que é uma estratégia do governo para que o povo não seja inteligente e crítico.
A saúde? Vemos todos os dias notícias de crianças e idosos morrendo por falta de atendimento. E como fica a dignidade dessas pessoas?
E a segurança? Ah, este é um caso a parte. Fico estarrecida vendo ladrões, traficantes e assassinos matando pais de família, roubando o que o trabalhador leva um mês inteiro para ganhar. A nós só resta rezar para não sermos os próximos.
Enquanto não existir lei que realmente funcione neste país, nada vai mudar.
E não espere que o governo vá mudar as leis por livre e espontânea vontade, porque isso não favorece os interesses internos. Enquanto o povo não lutar realmente pelos seus direitos, eles não vão existir verdadeiramente.
ANA PALADINO (São José do Rio Preto, SP)

Candidaturas
O deputado Paes de Lira (PTC-SP) apresentou projeto que torna obrigatório exame de capacitação para os médicos recém-formados. Perda de tempo. Não é sua praia.
Melhor faria o deputado se elaborasse adequado projeto de lei que obrigasse todo postulante a qualquer cargo eletivo a frequentar curso de política com no mínimo seis meses, avaliação final e aprovação. Só assim estaria habilitado a ser candidato.
Os aventureiros teriam suas chances reduzidas, e nós, um pouco mais de esperança.
CARLOS ALBERTO DE SOUZA , ex-vereador (São José do Rio Pardo, SP)

Eder Jofre
Parabéns à Folha e ao repórter Eduardo Ohata pela reportagem sobre os 50 anos da conquista do título de campeão do mundo de Eder Jofre ("O anjo de Eder", Esporte, 18/11).
Existem no país pelo menos cinco canais de televisão especializados em esporte e um sexto que só transmite lutas, 24 horas por dia. Nenhum deles fez uma reportagem à altura da data e de Eder como fez este jornal. Vida longa ao nosso eterno "galinho de ouro".
EDGARD SOARES (São Paulo, SP)

McCartney
O caderno para homenagear Paul McCartney, longe de fazer isso, transforma-o em mero coadjuvante de Lennon e explora minúcias irrelevantes de sua vida. Qual a importância do divórcio? Aspectos muito mais dignos de nota de sua personalidade, como o ativismo em defesa dos animais, a negativa de se apresentar em países que não respeitam o direito animal, como a China, mereceriam destaque, mas não foram explorados.
McCartney não é mais um ídolo de juventude qualquer, não é uma Rihanna ou uma Madonna.
É uma entidade pensante, um revolucionário, alguém que sacode as estruturas e que tem coragem para se manifestar em prol de seres indefesos sem temer a impopularidade ou a ridicularização.
TATIANA LA SCALA LAMBAUER (Santos, SP)

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