São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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EDUCAÇÃO CONTRA A AIDS

Merece elogios a Prefeitura de São Paulo por seu programa de distribuição de preservativos em escolas municipais. Até agora, 60 dos 455 estabelecimentos de ensino fundamental aderiram ao programa e espera-se que muitos mais o façam.
Os avanços da medicina no controle da Aids lamentavelmente contribuíram para disseminar a falsa idéia de que a moléstia deixou de ser um problema. Com isso, a adesão das pessoas à camisinha nas relações sexuais tem deixado a desejar.
Ainda que a expectativa e a qualidade de vida de portadores do HIV tenha melhorado bastante, a síndrome permanece uma moléstia grave, e os medicamentos usados para controlá-la produzem uma série de efeitos colaterais potencialmente fatais. Isso para não mencionar o custo do tratamento, pago com recursos públicos.
A experiência brasileira no tratamento em massa da Aids mereceu justos elogios internacionais. O sucesso não deve esconder o fato de que a chave para o controle da epidemia é a prevenção, feita principalmente com uso de preservativos.
Está no caminho certo, portanto, a prefeita Marta Suplicy ao colocar programas de prevenção já para estudantes de 13 anos, idade um pouco anterior à média da iniciação sexual, que é hoje em São Paulo de 14,5 anos. Algo que não faz sentido é alertar para a importância dos preservativos depois que o jovem já mantém relações sexuais. Uma única relação pode resultar em Aids, outras moléstias sexualmente transmissíveis e também na gravidez precoce.
Para que a iniciativa tenha sucesso é importante estar alerta para os aspectos pedagógicos do programa. A disponibilização dos preservativos deve ser acompanhada de apoio pedagógico em sala de aula e fora dela. É preciso que professores e funcionários estejam preparados para responder com precisão às dúvidas dos alunos e também dos pais, que poderão ter restrições ao programa.


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