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EDUCAÇÃO CONTRA A AIDS
Merece elogios a Prefeitura de
São Paulo por seu programa
de distribuição de preservativos em
escolas municipais. Até agora, 60
dos 455 estabelecimentos de ensino
fundamental aderiram ao programa
e espera-se que muitos mais o façam.
Os avanços da medicina no controle da Aids lamentavelmente contribuíram para disseminar a falsa idéia
de que a moléstia deixou de ser um
problema. Com isso, a adesão das
pessoas à camisinha nas relações sexuais tem deixado a desejar.
Ainda que a expectativa e a qualidade de vida de portadores do HIV tenha melhorado bastante, a síndrome
permanece uma moléstia grave, e os
medicamentos usados para controlá-la produzem uma série de efeitos
colaterais potencialmente fatais. Isso
para não mencionar o custo do tratamento, pago com recursos públicos.
A experiência brasileira no tratamento em massa da Aids mereceu
justos elogios internacionais. O sucesso não deve esconder o fato de
que a chave para o controle da epidemia é a prevenção, feita principalmente com uso de preservativos.
Está no caminho certo, portanto, a
prefeita Marta Suplicy ao colocar
programas de prevenção já para estudantes de 13 anos, idade um pouco
anterior à média da iniciação sexual,
que é hoje em São Paulo de 14,5 anos.
Algo que não faz sentido é alertar para a importância dos preservativos
depois que o jovem já mantém relações sexuais. Uma única relação pode resultar em Aids, outras moléstias
sexualmente transmissíveis e também na gravidez precoce.
Para que a iniciativa tenha sucesso
é importante estar alerta para os aspectos pedagógicos do programa. A
disponibilização dos preservativos
deve ser acompanhada de apoio pedagógico em sala de aula e fora dela.
É preciso que professores e funcionários estejam preparados para responder com precisão às dúvidas dos
alunos e também dos pais, que poderão ter restrições ao programa.
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