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SEM TRABALHO NEM ESCOLA
Um grupo populacional cujos
problemas estão a exigir das
autoridades públicas um particular
sentido de urgência é o dos jovens,
do momento que entram na adolescência até o início da vida adulta. Aos
brasileiros nessa etapa da vida -que
naturalmente concentra incertezas
sobre o futuro pessoal-, o precário
desenvolvimento do país associa
dramas maiores.
Os jovens dessa faixa etária, especialmente os homens que vivem nos
maiores adensamentos urbanos, são
as vítimas preferenciais da violência.
O desemprego e os baixos salários
também se fazem sentir com mais
força nesse estrato da população.
Chama a atenção o dado de uma
extensa pesquisa realizada nas principais regiões metropolitanas brasileiras dando conta de que 27% de
seus habitantes entre 15 e 24 anos de
idade não trabalham nem estudam.
Na Grande São Paulo, dos 3,4 milhões de moradores que estão dentro
dessa faixa etária, 950 mil (28%) não
exercem atividade escolar nem profissional. Números do IBGE revelam
que tal inatividade juvenil atinge em
torno de 7 milhões de pessoas em todo o território nacional.
Parte do problema é causada pelo
histórico de baixo crescimento do
país e terá solução apenas com a melhora do desempenho da economia.
Mas isso não redime a política pública, que tem deixado a desejar nesse
quesito. Os programas que dão incentivos fiscais para empresas contratarem jovens, por exemplo, atingem porção ínfima do público-alvo.
A maior falha, porém, está na oferta de ensino. Entende-se que um jovem menor de 24 anos não trabalhe,
mas não se admite que não esteja estudando e/ou sendo qualificado para
o trabalho. Escolas técnicas, profissionalizantes e atentas às vocações
regionais deveriam se multiplicar,
especialmente nos grandes conglomerados urbanos. Faz muito mais
sentido -do ponto de vista do alcance social- gastar com essas unidades educacionais do que abrir novas
universidades públicas.
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