São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

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RECUPERAÇÃO JAPONESA

A economia japonesa cresceu 1,4% no quarto trimestre de 2005 em relação ao período anterior. Foram registrados quatro trimestres consecutivos de expansão econômica. No ano, o PIB avançou 2,8%.
A taxa de crescimento foi superior ao que projetava a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que previa uma expansão de 2,4%, e o FMI (Fundo Monetário Internacional), que antecipava alta de 2%. Esse dinamismo japonês esteve relacionado com a expansão das exportações, sobretudo para os EUA. As vendas externas de bens e serviços do Japão cresceram 3,1% no período, e as importações encolheram 1,3%.
O consumo e o investimento privado também mostraram sinais de expansão. O gasto das famílias subiu 0,8%, e o das empresas em expansão da capacidade produtiva, 1,7%. O dispêndio do governo ficou estável.
O vigor das exportações -acompanhando o crescimento da economia mundial sob a liderança dos EUA e da China e o fortalecimento da demanda doméstica- alimenta expectativas de que o Banco do Japão pode vir a modificar a sua política monetária, bastante expansionista há mais de uma década -em vão.
O BC japonês tem mantido a taxa de juros básica próxima de zero desde meados de 1995, a fim de combater a persistente tendência à deflação dos preços. Teme-se que as taxas de juros possam começar a subir, reduzindo o diferencial em relação às prevalecentes nos EUA.
A boa notícia do crescimento econômico, porém, não foi suficiente para arrancar o Japão dessa problemática armadilha da queda persistente dos preços ao consumidor. A contínua expansão das exportações -e, portanto, das receitas em moeda estrangeira- mantém a pressão para a valorização do iene, o que força os preços domésticos para baixo. Os dados disponíveis ainda não possibilitam atestar que a economia japonesa tenha mudado definitivamente de rota.


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