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PAINEL DO LEITOR
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Raposa/Serra do Sol
"O artigo de Márcio Thomaz Bastos e Luiz Armando Badin ("A vitória histórica em Raposa/Serra do
Sol", "Tendências/Debates", 20/4)
esclarece categoricamente a questão da reserva em Roraima, especialmente o fato de que tais terras
pertencem ao território brasileiro
graças aos índios.
Dizer que o cumprimento da
Constituição constitui ameaça às
fronteiras do país ou à economia de
Roraima soa patético e caracteriza
uma nova versão de MST. É o Movimento dos Sem Agro-Negócio
(MSA), que invadem terra alheia
para destruir o que ainda nos resta
de diversidade biológica".
JOSÉ ISAAC PILATI (Florianópolis, SC)
"Os "grandes" causídicos Thomaz
Bastos e Badin, que vivem confortavelmente na Paulicéia Desvairada,
propõem entregar uma área do Brasil equivalente a "Portugal e Bélgica"
para "18 mil índios".
Segundo o raciocínio desenvolvido por eles, o Estado de São Paulo
deve ser devolvido para os remanescentes das tribos que por aqui
viveram nos idos de 1500, pois, obviamente, nós e nossos antepassados -os Thomaz, os Bastos e os Badins- jamais pertencemos às famílias dos kaingangs, tamoios, xavantes, terenas e krenaks.
Além disso, precisamos iniciar
"um processo de extrusão" dos padres Anchieta e Nóbrega e de todos
os bandeirantes da nossa galeria de
heróis, tendo em vista que, "mutatis
mutandis" (como dizem os advogados), eles fizeram a mesma coisa
que fazem hoje "os arrozeiros" de
Roraima -"tomaram as terras dos
indígenas"."
VICTOR ANDRÉ DE ARGOLLO FERRÃO NETTO
(Campinas, SP)
Dengue
"Parabéns ao empresário Antônio Ermírio de Moraes pelo lúcido
comentário sobre o aproveitamento político da dengue. E acrescento:
a nacionalidade do mosquito é a
malvada desigualdade social que
permeia a vida dos brasileiros, com
exagerada e cruel concentração dos
recursos públicos em Brasília, tudo
combinado com falta de sensibilidade cristã e espírito público."
SALOMÃO BENEVIDES GADELHA (Sousa, PB)
Polícia Militar
"Na reportagem "PM quer controle de todos os tiros dados pela
corporação" (Cotidiano, 29/3),
muito nos estranhou a alusão feita
em relação ao coronel Daniel Barbosa Rodrigueiro, subcomandante
da PM, de que ele seria "vice-presidente" da corporação, escrito com
aspas. Queremos entender o porquê de o jornalista André Caramante ter dado tratamento com
destaque entre aspas ao coronel
Daniel como "vice-presidente"."
LUIZ CARLOS DOS SANTOS, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista André
Caramante - A terminologia foi
usada para mostrar ao leitor a
importância do cargo, o segundo mais importante na corporação.
FMI e biocombustíveis
"Vinicius Torres Freire, como de
hábito, foi muito feliz ao tratar da
pseudoquestão moral que o FMI
opõe aos biocombustíveis ("O cretinismo moral do FMI", Dinheiro,
20/4). Dominique Strauss-Kahn,
transformado em Che Guevara parisiense, descobriu com algum atraso o problema da fome no mundo.
É bem mais cômodo culpar os países em desenvolvimento do que
chamar os ricos à responsabilidade.
Sabemos, ademais, que a alternativa ao biocombustível é o petróleo.
Nesse caso, sugiro à ONU e aos ambientalistas que peçam desculpas
às grandes companhias petrolíferas. Afinal, se formos acreditar no
FMI, na ONU e nos grandes organismos internacionais que afirmam ser imoral produzir biocombustíveis, só podemos concluir que
essa cantilena ouvida há 30 anos
sobre os efeitos desastrosos do petróleo e a mudança climática era só
conversa fiada."
MARCELO DAWALIBI (São José dos Campos, SP)
Indenizações
"A competência e a abrangência
da matéria tratada no editorial de
ontem ("Vítimas e vítimas", pág. A2)
não deixam espaços para maiores
comentários, exceto a repugnância
do contribuinte em arcar com os escandalosos valores envolvidos e de
questionáveis critérios adotados.
Aos nossos filhos restará, num futuro talvez não muito distante, pagar, se for o caso, idênticas e milionárias indenizações aos milhares de
destruidores dos movimentos sociais, como MST, Vila Campesina e
outros. Até quando colocaremos a
mão no bolso para arcar com mais
esses escândalos?"
JOÃO ANTONIO F. LEITE (Florianópolis, SC)
UnB
"Ao responder ao artigo "Crise da
UnB, fundações "de apoio" e o MEC",
o MEC, por intermédio do assessor
Nunzio Briguglio, menos "esclarece"
do que confunde. Vejamos.
1) O artigo não sugere que fundações ligadas às universidades estaduais estejam "sob jurisdição" do
MEC. No entanto, o MEC tem credenciado várias dessas fundações,
ou seja, tem autorizado seu relacionamento com entes federais de ensino e pesquisa.
2) Não há fundações de apoio "federais". Tais entidades são privadas,
como poderiam ser "federais'?
3) A lei 8.958 de 1994 não criou
fundações, e sim autorizou sua contratação por entes federais de ensino e pesquisa. O poder público não
pode criar fundações privadas.
4) Não basta limitar a atuação das
fundações de apoio: é preciso revogar a lei 8.958, colocando um ponto
final num relacionamento que tem
sido extremamente danoso ao ensino superior público."
PEDRO ESTEVAM DA ROCHA POMAR, editor da "Revista Adusp" (São Paulo, SP)
Capes
"Solicitamos a retratação da reportagem "Alunos terão de devolver
parte da bolsa da Capes" (Ciência,
16/4). Fomos contatados por telefone por Afra Balazina, que utilizou
fragmentos das conversas articulados de forma a alterar o teor das informações solicitadas pela Folha,
sem que houvéssemos autorizado a
sua publicação. Foram atribuídas
opiniões não expressas em nenhum momento.
Contrariamente ao contexto da
conversa, Josimara Dias expressou
que a Capes e as universidades estão submissas a contingenciamentos que prejudicam as pesquisas.
Rebeca Fertrin não informou que
deixou o emprego em função do aumento da bolsa, mas porque pretendia se dedicar à carreira acadêmica (decisão tomada antes do
anúncio do aumento). Marcel Esteves advertiu ainda não ter opinião
formada sobre a suposta devolução
de parte dos valores da bolsa e
orientou a jornalista sobre a necessidade de checar a procedência de
suas fontes. As demais informações
a ele atribuídas foram utilizadas erroneamente e fora de contexto.
A matéria resultou em constrangimentos institucionais (e pessoais,
irreparáveis) que necessitam ser
esclarecidos."
JOSIMARA MARTINS DIAS, REBECA BUZZO FERTRIN,
MARCEL PETROCINO ESTEVES (Capinas, SP)
Resposta da jornalista Afra Balazina - As entrevistas estão gravadas e em nenhum momento
os estudantes afirmaram que
não autorizavam a publicação.
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