São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Editoriais

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Entraves ao crescimento

EMBORA tenha escalado posições de forma lenta e contínua desde 2007, o Brasil ainda ocupa um lugar modesto no ranking de competitividade elaborado a cada ano pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Administração, sediado na Suíça.
No mais recente, divulgado nesta semana, a economia brasileira aparece na 38ª posição, entre 58 países. Há três anos, era uma das últimas, com desempenho pior do que a de outras 48 nações. Gargalos de infraestrutura, burocracia e sobrecarga tributária são ainda os principais entraves à atuação de empresas brasileiras e estrangeiras no país.
Como critério de comparação, o levantamento avalia performances econômicas recentes, graus de eficiência dos governos, ambiente de negócios e condições de infraestrutura. A melhora no desempenho brasileiro se deve, sobretudo, à atuação das empresas nacionais. O país é o 22º na qualidade das práticas de administração, e o 16º em atitudes e valores das companhias.
Os ganhos de eficiência e produtividade daí advindos terminam por ser mitigados pelos tradicionais obstáculos à competitividade, em sua maioria de responsabilidade do poder público.
Os índices de educação no Brasil estão entre os piores do levantamento. A "legislação para negócios" tampouco é satisfatória. E, à conhecida precariedade de portos e estradas, vêm se somar problemas de infraestrutura tecnológica, como as altas tarifas de telefonia celular.
Exercícios comparativos, ainda mais quando baseados em impressões qualitativas, estão sujeitos a imprecisões. Mas os entraves apontados pela pesquisa são conhecidos e inegáveis. Superá-los será tão importante para o desenvolvimento do país quanto foram, em anos recentes, a conquista da estabilidade econômica e o incremento do poder de compra da população.


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