São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Mais!
"Parabenizo o caderno Mais! de 18/8 pela entrevista com o teórico Bakari Kitwana. Está sensacional. Destaco, principalmente, a sua análise feita com base nos conceitos de raça, de classe, de globalização e de capitalismo visando a compreender e a situar histórica e socialmente a "geração hip-hop" norte-americana. Porém lamento a tímida análise dos intelectuais que abordaram a "expansão de uma cultura rap na cena brasileira contemporânea". Por que não se fez alusão ao grande nível de exclusão racial e social existente no Brasil, que está sendo aprofundado nas últimas décadas e afeta principalmente a juventude negra brasileira?"
Edson Borges (Rio de Janeiro, RJ)

Assessoria
"Li com espanto a reportagem "Ciro cerca empresários de peso e economistas liberais" (Eleições 2002, pág. Especial 6, 20/8). A última vez em que estive com o candidato Ciro Gomes foi em um encontro casual na ponte aérea há vários meses. A notícia é 100% fantasiosa. Imagino que a reportagem da Folha me tenha confundido com algum outro economista."
Pérsio Arida (São Paulo, SP)

Ibope
"Com relação à reportagem ""Época" e Ibope trocam acusações" (Eleições 2002, pág. Especial 6, 20/8), gostaríamos de esclarecer os seguintes pontos: 1. O Ibope realizou uma pesquisa para consumo interno com população brasileira acima de 16 anos, independentemente de ter ou não título de eleitor. 2. O objetivo dessa pesquisa era identificar quantos brasileiros tinham título de eleitor e quantos votavam fora de seus locais de moradia. 3. Essa pesquisa não foi registrada no TSE, pois não havia intenção de divulgá-la. 4. Os resultados finais dessa pesquisa, ou seja, com os devidos filtros dos que são eleitores e votam nos municípios da amostra (equivalente à metodologia usada atualmente), só ficaram prontos no dia 19/8. 5. Portanto a conversa com o repórter da "Época" versou sobre tendências já observadas em nossa última pesquisa, divulgada pela Rede Globo na terça-feira, dia 13/8. 6. A revista "Época" insistiu em saber números, mas na ocasião tive a oportunidade de dizer que não fazia comentários sobre especulações. 7. O termo "mentira", utilizado em conversa com a reportagem da Folha, certamente não é apropriado para uma entrevista. O que eu quis dizer é que nem eu nem ninguém do Ibope passamos números para a revista "Época"."
Carlos Augusto Montenegro, presidente do Grupo Ibope (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Quanto ao fato de a pesquisa interna do instituto ter sido feita com população brasileira acima de 16 anos, leia a seção "Erramos", abaixo.

Privatizações
"Em relação à carta do leitor Amaro Alves de Almeida Neto, publicada ontem no "Painel do Leitor", observamos o que segue. Há absoluta má-fé naqueles que conhecem o destino transparente dos recursos apurados com as privatizações e, apesar disso, tentam desinformar a população, repetindo falsas questões. Para bem informar o contribuinte, é preciso dizer que os recursos das privatizações tiveram destinação aprovada pelo Congresso, por meio do Orçamento, e que todos os gastos foram registrados na contabilidade pública, publicados no "Diário Oficial" e divulgados pela internet, além de serem auditados duas vezes -pelo controle interno e pelo Tribunal de Contas. A receita das privatizações de 1995 a 2001 foi de R$ 62.629.762.000, segundo o Tesouro Nacional. Desse total, foram usados R$ 60.382.148.000 para resgatar dívida pública federal, segundo o Ministério da Fazenda. O restante foi repassado a diversos órgãos federais, como o Ministério da Previdência, o Ministério da Educação, a Justiça do Trabalho, o Ministério das Minas e Energia e a Anatel. Não resta dúvida: as privatizações contribuíram para evitar um maior crescimento da dívida pública. Não fosse isso, os juros poderiam ser ainda maiores, com consequências sobre a produção e o emprego."
José Roberto Afonso, economista da Coligação Grande Aliança (São Paulo, SP)

"Eu sei para onde foi aquele monte de dinheiro das privatizações. Serviu para financiar as próprias contas da União. Serviu para financiar os déficits da balança de pagamentos -e nada tem a ver com o desemprego. O desemprego foi e continua sendo produto das mudanças contínuas no modo de produção, que prioriza cada vez mais uma mão-de-obra mais qualificada e em menor quantidade. Desculpem-me, Lula e Ciro, mas gostaria de saber como eles pretendem gerar tantos empregos e rever privatizações em um mundo que caminha em sentido exatamente contrário."
Fábio André Balthazar (São Paulo, SP)

Critérios
"Excelente, lúcido e oportuno o artigo da ex-ministra Cláudia Costin ("Quem tem medo de democracia?", "Tendências/Debates", pág. A3, 20/8). Ela não enxerga só a árvore, mas a floresta toda. Quando as pesquisas de opinião mostram o perigoso desencanto dos brasileiros com a democracia, seu texto ajuda-nos a aprofundar a análise da realidade política e a tornar mais rigorosos os critérios para escolher nossos governantes."
Antonio Carlos da Silva (Sorocaba, SP)

Unesp
"Em resposta ao senhores prefeito e vice-prefeito do município de Tupã ("Painel do Leitor" de ontem), gostaríamos de afirmar que, pelo projeto apresentado pela reitoria da Unesp, o projeto de expansão não prevê a instalação de novos campi, apenas cursos com a logomarca da instituição -não haverá a implantação de faculdades com o desenvolvimento de atividades de pesquisa científica e extensão, que, ao lado do ensino de qualidade, formam o tripé da universidade pública. Não existe nem sequer a previsão de contratação de professores em dedicação integral. Não se trata apenas de um grupo, e sim da maioria da comunidade universitária, que, por meio de abaixo-assinados, de debates públicos e de assembléias, demonstrou o seu repúdio à destruição da qualidade da universidade pública. Não se trata de "ações egoístas", como afirmaram os senhores prefeito e vice-prefeito do município de Tupã. Somos a favor de uma expansão de vagas que garanta a qualidade do ensino e democratize o seu acesso a toda a sociedade." Valério Freire Paiva, membro da Comissão de Análise do Projeto de Expansão da Unesp, Yara Fernandes Souza, membro da Comissão de Pesquisa e Extensão Universitária da Unesp-Bauru, e Diego
Barcelos da Cruz, coordenador do Diretório Acadêmico Di Cavalcanti da Unesp-Bauru (Bauru, SP)



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