São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Imagem
"Ao tomar conhecimento da quantia que é gasta pelo governo para cuidar da imagem do governo Lula -R$ 150 milhões por ano; R$ 600 milhões por quatro anos-, e que agora Duda Mendonça perdeu, vejo que, se distribuída em favor do povo brasileiro, traria muito mais benefícios ao país. Penso num exemplo: dos 5.000 municípios existentes no país, teríamos uma ambulância para cada um deles e mais 35 ambulâncias para cada capital brasileira. O que vale mais, a imagem de um governo e de seu mandatário ou a vida de qualquer brasileiro? Essa é apenas uma das infinitas possibilidades de gastar bem e melhor o dinheiro público brasileiro."
Eugenio Iwankiw Júnior (Curitiba, PR)

Superficial
"O artigo de minha companheira de partido senadora Ideli Salvatti, na Folha de 16/8 ("Que PT sairá da crise?", "Tendências/Debates'), foi um exercício de superficialidade na análise da atual crise que atinge o PT e o governo. Como linha de frente da tropa de choque governista, a senadora tentou abafar a CPMI e, após o fracasso de seu intento, aderiu à comissão, sempre tentando tirar o foco das investigações do Planalto e de seus colegas petistas do Congresso. Por sua análise, se os acusados forem punidos, o PT tomará o caminho da recuperação. O grande erro do PT não está na roubalheira de uns gatos pingados, mas na guinada do Partido à direita, traindo compromissos, amasiando-se com políticos conservadores e corruptos e dando cheque em branco para Roberto Jefferson -só para citar alguns casos."
Álvaro Cerqueira (Muriaé, MG)

Acusação
"Um presidiário condenado a 25 anos de reclusão faz acusações contra o ministro da Justiça e contra o PT e vira manchete na Primeira Página da Folha? Vale tudo desde que seja contra o governo? Será que não restou ninguém de bom senso na Redação para alertar que isso só contribui com o discurso de complô contra o governo? Sim, o PT cometeu inúmeras irregularidades, e isso tem de ser apurado, mas dar manchete a "palavra" de bandido passa do aceitável. Tenho 47 anos e leio a Folha desde que fui alfabetizado. Sou fiel leitor e continuarei sendo, mas o jornal está pegando muito pesado. Aqui não é a Venezuela, mas não é aconselhável brincar com fogo."
Pedro Eugenio Beneduzzi Leite (Brasília, DF)

Corrupção
""Deixem para nós ou destruiremos o Brasil". Essa parece ser a lógica perversa dos ex-governistas, atuais oposicionistas, criadores bem-sucedidos dessa monumental máquina de corrupção que engole a tudo e a todos, inclusive os desavisados do PT que ousaram tirar dela proveito próprio. As cobras criadas engoliram os sapos petistas, que comeram mosca. Agora não adianta chorar. É preciso encarar de frente a burrice, reconhecer que a batalha está perdida, tocar a retirada e acumular forças para a guerra final, ainda por vir."
Roberto Bittencourt dos Santos (Rio de Janeiro, RJ)

Encenação
"Causa-me estranheza ver que milhões de pessoas ficam chocadas e acreditam na encenação que fazem o presidente Lula e os petistas em geral quando aparece alguma nova acusação na imprensa. Acho até que o PT deveria deixar de ser um partido político e se transformar em uma escola de teatro, pois faria muito mais sucesso -com certeza teria muitos atores indicados ao Oscar. Todos os que lêem e acompanham diariamente o noticiário nacional já sabiam do modus operandi do senhor Palocci enquanto estava na Prefeitura de Ribeirão Preto, afinal, ele saiu de lá com sete processos por licitações ilegais. Quanto ao senhor Lula, que é responsável pela debandada de grandes empresas do ABC paulista para outras cidades do país, a mim nunca enganou. Portanto chega de cinismo, chega de novos fatos. Queremos justiça e punição. E queremos o crescimento e o desenvolvimento do nosso país com um verdadeiro estadista no poder e com políticos que realmente tenham noção do que é ser um representante do povo."
Luiz Cláudio Zabatiero (Campinas, SP)

Manifestações
"Em Brasília, duas manifestações em dois dias seguidos. Uma a favor de Lula; outra contra o governo. Mas ambas com uma coisa em comum: a baderna. A impressão que fica é que a população nem sabe contra o que está protestando. Ou será que eles pensam que vão mudar alguma coisa mergulhando no espelho d'água do Congresso? A arruaça feita por essas pessoas é um retrato fiel de toda baixaria que existe no governo federal."
Luiz Felipe Carneiro (Rio de Janeiro, RJ)

Retirada de Gaza
"Onde está o apoio mundial à iniciativa israelense de dar mais um passo em direção à paz? E onde está a condenação mundial acerca das declarações dos grupos terroristas palestinos de que, mesmo com a retirada de Gaza e com a possibilidade de criação de um Estado Palestino, continuarão a promover atentados suicidas em Israel?"
Helena Kessel (Curitiba, PR)

Simples
"O homem se supera, e foi isso que Carlos Heitor Cony nos mostrou em 19/8 em sua excelente coluna "Lavoro, salute o amore" (Ilustrada). Assunto tão complexo e essencial, declamado de forma tão clara e comovente. A essência sempre mora no simples. O resto é perfumaria."
Meire Rioto (São Bernardo do Campo, SP)

Feios e bonitos
"Há certas coisas que podemos pensar, mas não devemos falar. Temos o direito de achar que uma pessoa seja feia, mas não o de considerar essa opinião como indicativa de seu caráter. Nelson Motta, em seu artigo de 19/8 ("Tá na cara'), inverteu Oscar Wilde e foi extremamente leviano ao julgar pelas aparências. Como sua opinião foi publicada num jornal de grande circulação, deixa de ser pretensamente ingênua e ganha uma conotação política bem perigosa. Um dos males que atacaram a política brasileira foi justamente o conúbio entre os políticos e os marqueteiros, que, tornando aqueles mais "bonitos", contribuíram para a manipulação do eleitorado. Se levarmos Nelson Motta ao pé da letra, deverá ser instituído no Brasil um "tribunal da beleza", no qual os "feios" não terão espaço. Isso me lembra Hitler, com seu ódio contra todos os que não se encaixavam no seu modelo estético, e aquelas propagandas de bares e boates que usam como atrativo a existência de "gente bonita" em seus estabelecimentos. Senhor Nelson Motta, o que o senhor fez é feio."
Carlo Marcio Santana do Espírito Santo (Campinas, SP)

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