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O drama do ensino médio
OS NÚMEROS da Pesquisa
Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) de
2007 divulgados pelo IBGE demonstram, mais uma vez, o contínuo crescimento da escolarização no Brasil. O país praticamente conseguiu universalizar o ensino fundamental; o superior
consegue avançar em número de
matriculados, principalmente
por causa da expansão do ensino
privado e do ProUni (programa
federal de bolsas a alunos).
As metas quantitativas paulatinamente estão sendo atingidas,
o que é uma boa notícia. A qualificação, no entanto, permanece
sendo a grande dificuldade. Nesse quesito, entre as diferentes
áreas, o ensino médio é o que
mostra de maneira mais clara os
desafios para o futuro.
Segundo a Pnad, na faixa etária
de 15 e 17 anos -idade compatível com o ensino médio-, a proporção de jovens que freqüentavam a escola teve pequeno decréscimo (de 82,2% para 82,1%).
As estatísticas do Ministério
da Educação evidenciam mais
claramente o problema. Os dados mostram que pouco mais de
50% dos alunos que se matriculam na primeira série do nível
médio conseguem concluir esse
ciclo. O segmento sofre especialmente com repetência e evasão.
Os jovens nessa faixa etária já
sofrem a pressão pelo ingresso
no mercado de trabalho, mas os
cursos não respondem adequadamente a essa demanda. A proporção de alunos no ensino médio matriculados na educação
profissional é inferior a 10% -a
educação técnica foi, na prática,
transferida para o nível superior.
Prova de que o ensino médio
não foi ainda adaptado para
atender às necessidades da
maioria dos jovens brasileiros é a
sua orientação curricular uniforme, como se todos tivessem de
ser preparados para o vestibular.
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