São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

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Editoriais

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O drama do ensino médio

OS NÚMEROS da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007 divulgados pelo IBGE demonstram, mais uma vez, o contínuo crescimento da escolarização no Brasil. O país praticamente conseguiu universalizar o ensino fundamental; o superior consegue avançar em número de matriculados, principalmente por causa da expansão do ensino privado e do ProUni (programa federal de bolsas a alunos).
As metas quantitativas paulatinamente estão sendo atingidas, o que é uma boa notícia. A qualificação, no entanto, permanece sendo a grande dificuldade. Nesse quesito, entre as diferentes áreas, o ensino médio é o que mostra de maneira mais clara os desafios para o futuro.
Segundo a Pnad, na faixa etária de 15 e 17 anos -idade compatível com o ensino médio-, a proporção de jovens que freqüentavam a escola teve pequeno decréscimo (de 82,2% para 82,1%).
As estatísticas do Ministério da Educação evidenciam mais claramente o problema. Os dados mostram que pouco mais de 50% dos alunos que se matriculam na primeira série do nível médio conseguem concluir esse ciclo. O segmento sofre especialmente com repetência e evasão.
Os jovens nessa faixa etária já sofrem a pressão pelo ingresso no mercado de trabalho, mas os cursos não respondem adequadamente a essa demanda. A proporção de alunos no ensino médio matriculados na educação profissional é inferior a 10% -a educação técnica foi, na prática, transferida para o nível superior.
Prova de que o ensino médio não foi ainda adaptado para atender às necessidades da maioria dos jovens brasileiros é a sua orientação curricular uniforme, como se todos tivessem de ser preparados para o vestibular.


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