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KENNETH MAXWELL
Perdendo a narrativa
As eleições de meio de mandato presidencial dos Estados
Unidos são um espetáculo embaraçoso. Causariam rubores
até a Tiririca.
O problema fundamental
para o presidente Barack Obama e os democratas é que eles
perderam a narrativa. No entanto, seus oponentes se tornam mais estranhos a cada
minuto. A mídia noticiosa, as
redes de TV a cabo e os blogs
estão se divertindo em encontrar e veicular as mais bizarras
declarações e contorções da
safra atual de antagonistas
políticos.
O pobre Harry Reid, líder da
maioria democrata no Senado, está enfrentando Sharon
Angle, uma das favoritas do
movimento Tea Party, em Nevada. O senador Reid não é o
mais carismático ou o mais dinâmico dos oradores. Mas
Sharon Angle é estranha, para
dizer o mínimo.
Oponente ruidosa da imigração, sua mais recente declaração foi dizer a estudantes
hispânicos -e os hispânicos
formam um bloco eleitoral importante em Nevada- que alguns deles parecem asiáticos.
"Não tenho certeza de que sejam todos latinos. Alguns de
vocês me parecem mais asiáticos", disse.
No Kentucky, Rand Paul,
outro dos favoritos do Tea
Party, subiu ao palco em debate com Jim Conway, seu adversário democrata, e recusou
apertar sua mão. Conway, que
é secretário estadual da Justiça no Estado, havia acusado
Paul de participar de um grupo que zomba do cristianismo
e de participar de uma sociedade secreta chamada irmandade NoZe, quando aluno da
Universidade Baylor.
Segundo Conway, Rand
amarrou uma mulher e ordenou que ela louvasse um ídolo
chamado "Acqua Buddha".
Rand é cristão e "pró-vida".
Enquanto isso, em Ohio,
outro Estado decisivo, no qual
Obama se vê na defensiva,
Rich Ioff, candidato republicano à Câmara com o apoio do
Tea Party, foi denunciado por
usar uniforme nazista. Ele
aparentemente participa de
um grupo que recria cenas de
história militar, uma atividade
comum nos Estados Unidos.
Em geral, isso envolve recriar batalhas da Guerra Civil
norte-americana. Já as recriações de que Ioff participa, porém, envolvem a 5ª Divisão
Panzer SS; ele participava
com o pseudônimo de Reinhard Pferdmann. "Acusações desprezíveis", foi sua reação quando a história conquistou atenção nacional.
Será que algumas dessas
coisas importa? Diante de
uma recuperação econômica
hesitante, da guerra continuada no Afeganistão e do alto desemprego, certamente sim.
Obama já entrou fortemente nas campanhas, tentando
recuperar o perdido sentido de
esperança. Mas agora ele é
acompanhado por Michelle,
sua esposa, muito mais popular do que ele.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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