São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Natal em família

As comemorações destes dias de Natal têm a sua origem no fato histórico do nascimento de Jesus, Filho da Virgem Maria, Salvador do mundo. A Palavra de Deus nos revela o mistério de infinito amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que oferecem à humanidade o perdão dos pecados e a esperança de vida eterna e feliz. Este desígnio maravilhoso se realiza pela Encarnação de Jesus Cristo, Filho de Deus. Seu nascimento dá-se pela ação do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. É com alegria que as comunidades cristãs renovam sua fé e gratidão diante da beleza do Menino Jesus nos braços de Maria e sob a proteção de José, esposo da Mãe de Jesus e fiel protetor da Sagrada Família.
O plano da misericórdia divina coloca em evidência o valor da vida nascente, da graça da maternidade, da dedicação recíproca de Maria e José e do aconchego familiar no qual a criança deve vir à luz e se desenvolver, acalentada de amor e solicitude.
Como vai a vida em família?
O Natal é excelente ocasião para que as pessoas se reúnam e troquem pequenos presentes, criando um ambiente de confraternização. Vamos celebrar este evento, à luz da fé cristã, revendo e aprimorando o relacionamento familiar. Esta data pode, além da festa do Natal, significar a descoberta de laços mais profundos de entendimento e comunhão na família. Aprendamos de novo a acolher as crianças, a dar-lhes afeto e a brincar com elas. Os jovens sintam-se compreendidos nas suas dificuldades e diferenças, mas procurem, por sua vez, corrigir falhas e aprender as lições de vida de seus pais. Ajuda muito redescobrir o diálogo em que cada um diz o que pensa e ouve o que os outros têm a dizer no anseio de compreensão recíproca.
A família se consolida no vigor da fidelidade conjugal e do amor aos filhos. Só assim pode resistir aos desafios dos que atentam contra a beleza da felicidade do lar. O encontro dos membros da família é mais profundo quando consegue, com a graça de Deus, vencer ressentimentos e perdoar de coração as ofensas cometidas durante o ano. O perdão é o maior gesto de amor da noite de Natal.
Aprendamos com Jesus Cristo a convidar para a ceia (Lc. 14, 14) os que não estão longe de suas famílias e os que não têm como se alimentar. O convite a essas pessoas é presente de nosso afeto e compromisso de partilha. Lembro-me, quando criança, de como meus pais faziam questão de convidar para a ceia um sacerdote idoso que vivia sozinho e alguns parentes que não teriam como fazer uma festa.
Crescemos nesse espírito de solidariedade cristã.
O Natal será feliz na medida em que a mensagem de amor e paz de Cristo estiver presente em nós e na vida de nossos irmãos.
Além da liturgia festiva da noite de Natal, celebrada nas comunidades, e das reuniões que intensificam o relacionamento e a amizade entre as pessoas, é preciso abrir o coração e pensar nos excluídos da sociedade, que precisam receber um sinal de esperança. É hora de comprometer-se com os migrantes, com os desamparados, com os prisioneiros e seus familiares, com os desempregados e desanimados. Vamos celebrar este Natal em família, acolhendo como irmãos os que nunca têm Natal.
"Feliz Natal!" para você, meu irmão, para seu lar, para o mundo inteiro.


D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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