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COMPETIR E EMPREGAR
No período que vai de 1990 a
2001, teve lugar um intenso
processo de transformações econômicas no país, desencadeado pela
abertura comercial e financeira. Uma
pesquisa realizada pelo Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) procurou identificar os impactos de tais
mudanças no mercado de trabalho e
na produtividade.
Nesses anos, a expansão da demanda doméstica e das exportações
geraram 15,5 milhões de postos de
trabalho, enquanto as mudanças tecnológicas e as importações eliminaram 12,3 milhões. Com isso, a economia brasileira gerou apenas 3,2
milhões de novas vagas em 11 anos.
A quantia é insuficiente para absorver a população estimada entre 1,5
milhão e 1,8 milhão que entra anualmente no mercado de trabalho.
O setor agropecuário foi o que mais
fechou vagas -cerca de 3 milhões. A
seguir veio a indústria manufatureira
(804,8 mil), liderada pela área têxtil.
A contrapartida foi um aumento na
produtividade do trabalho: de 5,12%
ao ano na agropecuária e de 2,52%
na indústria, o que é positivo para a
competitividade da produção doméstica tanto no mercado interno
como no internacional. O setor de
serviços -pessoais, sociais e empresariais- foi o que mais criou vagas
no período analisado: foram abertos
4,5 milhões de postos de trabalho.
Esses dados enfatizam o enorme
desafio que o país tem pela frente:
continuar a modernização da estrutura produtiva, necessária para ampliar a competitividade e, simultaneamente, gerar emprego para absorver os novos trabalhadores. Como a modernização industrial e da
agricultura deverá persistir eliminando vagas, políticas criativas de expansão do emprego ganham relevância.
Identificar setores com maior potencial de empregar -como construção civil, saneamento básico e serviços sociais- e inseri-los nas políticas de desenvolvimento é uma das
tarefas que se espera do atual governo, que foi eleito prometendo tratar
o tema como uma "obsessão".
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