São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

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Otimismo na periferia

O MERCADO financeiro global não dá mostras de arrefecer. De acordo com relatório do Instituto Internacional de Finanças, em 2006 o fluxo de capital direcionado aos mercados emergentes somou US$ 502 bilhões. Metade desse dinheiro flui como investimento estrangeiro direto, que tende a ampliar a produção e o emprego.
O Sudeste Asiático e a Europa Oriental receberam 83% do fluxo. Pouco sobrou para a América Latina (9%) e a África (8%). Neste ano, projeta-se uma pequena desaceleração, incapaz de baixar os aportes do patamar elevado em que se encontram. Estima-se um volume de US$ 469 bilhões, impulsionado pela expansão das multinacionais, sobretudo em direção à China (US$ 55 bilhões).
Tamanho trânsito de capital alavanca o preço dos ativos (bônus, ações e imóveis) dos países emergentes. Favorece, também, o acúmulo impressionante de reservas internacionais pelos seus bancos centrais. Só em 2006, elas cresceram US$ 536 bilhões.
A América Latina deve receber US$ 55 bilhões em 2007, contra US$ 46 bilhões no ano passado. O aumento estaria relacionado à economia brasileira, por conta de um desempenho melhor do crédito e do consumo no país. O instituto prevê uma queda na taxa de crescimento da América Latina -de 4,8% em 2006 para 4,2%-, refletindo uma redução nos preços das commodities.
O fluxo líquido de investimento das multinacionais para o Brasil pode atingir US$ 13 bilhões. O setor de serviços absorveria em torno de 60% do aporte. A indústria, sob a liderança de papel e celulose e metalurgia, 30%.
Ainda que se frustre uma ou outra projeção do instituto, a economia mundial em 2007 dificilmente deixará de oferecer ótimas oportunidades às nações emergentes. O Brasil, que desperdiçou quatro anos de pujança, não pode persistir no erro.


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