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Otimismo na periferia
O MERCADO financeiro global não dá mostras de arrefecer. De acordo com
relatório do Instituto Internacional de Finanças, em 2006 o
fluxo de capital direcionado aos
mercados emergentes somou
US$ 502 bilhões. Metade desse
dinheiro flui como investimento
estrangeiro direto, que tende a
ampliar a produção e o emprego.
O Sudeste Asiático e a Europa
Oriental receberam 83% do fluxo. Pouco sobrou para a América
Latina (9%) e a África (8%). Neste ano, projeta-se uma pequena
desaceleração, incapaz de baixar
os aportes do patamar elevado
em que se encontram. Estima-se
um volume de US$ 469 bilhões,
impulsionado pela expansão das
multinacionais, sobretudo em
direção à China (US$ 55 bilhões).
Tamanho trânsito de capital
alavanca o preço dos ativos (bônus, ações e imóveis) dos países
emergentes. Favorece, também,
o acúmulo impressionante de reservas internacionais pelos seus
bancos centrais. Só em 2006,
elas cresceram US$ 536 bilhões.
A América Latina deve receber
US$ 55 bilhões em 2007, contra
US$ 46 bilhões no ano passado.
O aumento estaria relacionado à
economia brasileira, por conta
de um desempenho melhor do
crédito e do consumo no país. O
instituto prevê uma queda na taxa de crescimento da América
Latina -de 4,8% em 2006 para
4,2%-, refletindo uma redução
nos preços das commodities.
O fluxo líquido de investimento das multinacionais para o Brasil pode atingir US$ 13 bilhões. O
setor de serviços absorveria em
torno de 60% do aporte. A indústria, sob a liderança de papel e celulose e metalurgia, 30%.
Ainda que se frustre uma ou
outra projeção do instituto, a
economia mundial em 2007 dificilmente deixará de oferecer ótimas oportunidades às nações
emergentes. O Brasil, que desperdiçou quatro anos de pujança, não pode persistir no erro.
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