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AQUECIMENTO NOS EUA
O banco central dos EUA -Fed-
divulgou relatório sobre a economia
norte-americana, mais uma vez confirmando forte dinamismo, sem
pressões inflacionárias. Ainda assim
alguns sinais começam a servir de
alerta e aumentam a polêmica sobre
a possibilidade de o Fed decidir pela
elevação dos juros em sua próxima
reunião, que ocorrerá no dia 30.
Os EUA se beneficiam de um cenário internacional em que boa parte
dos países exportadores de matérias-primas e bens industrializados,
na Ásia e na América Latina, está
obrigada a vender a preços baixos,
em razão das desvalorizações de
moeda que ocorreram nos chamados
mercados emergentes.
Assim como é costume designar
um banco central como "emprestador de última instância", ou seja, como o garantidor final da solvência do
sistema bancário em casos de crise
aguda, os EUA tornaram-se um "importador de última instância".
O cenário mundial é de crescimento
baixo na Ásia (pois a China também
perde dinamismo), desaceleração na
União Européia e restrições ao crescimento nas principais economias da
América Latina. Sobram os EUA como o único mercado globalizado ainda em expansão.
Duas pressões inflacionárias, entretanto, começam a se delinear. De
um lado, o próprio aquecimento nos
EUA produz no mercado de trabalho
um desequilíbrio crescente, que já se
manifesta como escassez de
mão-de-obra qualificada e tendências de elevação de salários.
De outro, a Arábia Saudita lidera
uma nova tentativa de redução na
oferta de petróleo. Outras tentativas
foram feitas nos últimos anos, sem
sucesso. Se a manobra agora funcionar, o Fed necessariamente a levará
em conta nas suas avaliações de pressões futuras de custos.
Entre os que debatem o papel do
Fed, muitos sugerem que, também
quando se trata de inflação, é melhor
prevenir do que remediar. Se essa visão prevalecer, em breve os juros nos
EUA podem começar a subir.
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