São Paulo, domingo, 22 de maio de 2005

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PAINEL DO LEITOR

Devastação da Amazônia
"Nos tempos do PT oposição, tínhamos orgulho de ouvir os discursos inflamados da senadora Marina Silva em defesa de nossas florestas. Hoje, com o poder na mão, parece que a ministra se esqueceu da vibração, se esqueceu dos ideais e assiste, com alguns sussurros de vez em quando, à maior devastação da história da Amazônia." Oscar Tribst Filho (São Paulo, SP)

Conspiração
"O senador Aloizio Mercadante atribuiu a uma conspiração das elites a barafunda em que o PT vem afundando não apenas a si mesmo mas também a normalidade democrática nacional. Imputar a outros as conseqüências dos próprios erros é expediente tão desonesto quanto perigoso e usadíssimo em toda a história humana. Usaram-no Adão, que se justificou culpando Eva pelo erro que ele cometera; Rousseau, que viu na sociedade a razão do infortúnio humano, e Hitler, que apontou os judeus como causa todo o mal. Importa saber se o senador disse aquilo em tom retórico-eleitoral ou se o fez de caso pensado, como o primeiro de uma série de discursos e ações que políticos petistas implementarão para infundir às massas a convicção de que não funciona a democracia representativa." Waldson Muniz Pereira (Brasília, DF)

CPI para quê?
"Não sei para que os senhores deputados e senadores ficam se empenhando tanto para abrir a CPI dos Correios, uma vez que não teremos benefícios nenhum com a tal comissão, pois ela provavelmente vai acabar como tantas outras: dando em nada! Será que alguém se lembra da CPI do Banestado? Que fim levaram os US$ 30 bi? Ninguém sabe, ninguém viu. Muito menos a CPI." Mauro Dolabela Fantaguzzi (Belo Horizonte, MG)

Língua
"Perfeita a crônica do mestre Carlos Heitor Cony de 20/5 ("Um chope e dois pastel", Ilustrada). É uma verdadeira aula sobre a dinâmica da linguagem. A linguagem dita erudita estabelece normas e, com seu conhecimento, é possível interpretar textos da antigüidade. Entretanto a linguagem coloquial, "mutatis mutantis", simplificada, ampliada, é e sempre será alterada e redefinida, como escreveu Cony. A Norma, mais cedo ou mais tarde, lhe dará razão e mérito." Rubens Antonio Alves Barreto (São Vicente, SP)

Febem
"Quero perguntar ao governador Geraldo Alckmin até quando vamos assistir às rebeliões na Febem? A molecada domina o pedaço, faz reféns, queima colchões, depreda janelas e telhados. Aí entra em ação a tropa de choque da PM, que põe fim à baderna e, finalmente, vemos os "inofensivos anjinhos" sentados no chão, só de cueca e de cabeça baixa. Será que podemos sonhar com a solução desse problema para antes do término de seu mandato como governador? Rebelião toda semana não dá." Hélio Martins (Barueri, SP)

Minas Gerais
"Em relação ao texto "PMDB se une ao PT e aprova a primeira CPI contra Aécio" (Brasil, 20/5), sobre pedido de CPI na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, informo, primeiramente, que não houve aprovação de CPI no Legislativo Mineiro. O pedido de instalação foi protocolado, mas, a princípio, nem sequer chegará a ser lido em plenário, segundo informações da liderança do governo, por duas razões: não obteve número de assinaturas necessário e não havia objeto definido para a análise da eventual comissão. Na verdade, a tentativa de instalar o procedimento foi baseada na polêmica existente em função da não-regulamentação da emenda constitucional 29 para definir precisamente o que é despesa com saúde. A ausência de regulamentação tem gerado interpretações diferentes sobre a natureza das despesas a serem contabilizadas nesta rubrica, inclusive no Supremo Tribunal Federal. Projeto de lei complementar está tramitando na Câmara dos Deputados para definir o conceito e a abrangência das "ações e serviços de saúde". Há, de fato, deliberação do Conselho Nacional de Saúde que, no entanto, não tem força jurídica para decidir a matéria. Dessa forma, cada Tribunal de Contas tem expedido instruções normativas sobre a questão, reafirmadas pela aprovação das Leis de Diretrizes Orçamentárias e pelo Orçamento, que definem, em cada Estado, a abrangência do conceito. O governo de Minas Gerais vem atendendo ao disposto nas leis orçamentárias e na instrução normativa número 11/03 do Tribunal de Contas do Estado." Eduardo Guedes, sub-secretário de Comunicação Social do governo do Estado de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Prostituição
"Na Folha de 11/5, à pág. C6 (Cotidiano), lê-se: "(...) manter casas de prostituição, viver à custa de prostituição ou mesmo induzir alguém a esse tipo de trabalho, por exemplo, são considerados crimes". Algumas páginas adiante, pequenos anúncios de "clínicas de massagem" e de "acompanhantes" são estampados pelo jornal. Acredito que não seja preciso ser nenhuma "senhora de Santana" para concluir, segundo a boa e tradicional lógica formal, que a Folha induz ou fomenta o crime. Ou a lógica do mercado ensina o contrário? Enviei esse questionamento a membros do Conselho Editorial do jornal e, como não recebi resposta, seu silêncio sobre o assunto levou-me à conclusão de que o sabujo Armando Falcão também tinha certa razão: "Nada a declarar"." Carla Ponce (Bauru, SP)

Nota da Redação - A publicidade a que se refere a leitora não infringe a lei. A Folha entende que não cabe ao jornal verificar em que casos tal tipo de anúncios encoberta eventual prática de lenocínio.

Sem-teto
"Parabenizo o jornalista Sérgio Dávila pelo texto "A boa vida de um "homeless" em San Francisco", publicado na Revista da Folha em 15/5. Atualmente, existem na cidade de São Paulo cerca de 10.700 moradores de rua. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social tem o acolhimento como ação preponderante. Temos uma rede de proteção social, distribuída em mais de 375 entidades conveniadas, que atende a 109 mil pessoas por dia e estamos desenvolvendo uma campanha de conscientização para que a população não incentive as pessoas a ficarem na rua. Nosso objetivo é de que, em vez de dar esmolas nas ruas, a população possa ajudar alguma entidade social de seu bairro." Antonio Floriano Pesaro, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

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