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VINICIUS MOTA
Classe média, o homem, o mito
SÃO PAULO - Famílias de classe
média têm renda mensal superior a
R$ 3.500. Um em cada quatro indivíduos que provêm de suas fileiras
completou o curso superior; mais
de um em cada dez é pós-graduado.
Habitam com mais freqüência o Sudeste, as capitais e as regiões metropolitanas. É uma pena, para Geraldo Alckmin, que essa definição de
classe média seja apenas mítica.
Nessa fatia que representa na
verdade a classe alta -6,6 milhões
de eleitores ou 5,3% do universo sufragante-, o tucano seria o favorito
para vencer as eleições de outubro:
bateria Lula em um hipotético segundo turno, diz o Datafolha, com
20 pontos percentuais de margem.
A autêntica família de classe média brasileira ganha de R$ 700 a R$
1.750 por mês, também se concentra no Sudeste, embora com mais
freqüência nas franjas das capitais e
no interior. Os eleitores nessa faixa
deterão um terço dos votos (40 milhões) no pleito de outubro. Essa
classe é média porque está entre
uma base de 63 milhões de eleitores
cuja renda familiar não ultrapassa 2
salários mínimos -metade do eleitorado, que na maioria vota no petista- e a elite já identificada.
Embora longe da pujança verificada na classe média do mito, na
classe média da realidade o desempenho do tucano é melhor do que
no Datafolha geral. Na fatia de 2 a 5
salários mínimos, Alckmin obtém
33% das intenções de voto (28% no
cômputo geral); Lula fica com 40%
(44% no total da amostra). A distância entre os dois nesse estrato de
renda caiu cinco pontos percentuais em pouco mais de 15 dias.
Uma variação de rendimento que
nos pode parecer tênue significa
muito. Na base mais fiel a Lula (renda até R$ 700), 60% não terminaram o ensino fundamental (metade
destes nem concluiu a 4ª série primária). Na classe média, logo acima, a escolaridade mais freqüente
(35%) é o ensino médio completo.
Um caminho para o PSDB tentar
equilibrar o jogo é encaixar uma
mensagem eficaz para esse público
de fato médio. Mas qual será ela?
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