São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006 |
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CLÓVIS ROSSI De ataques e quadrilha SÃO PAULO - Faço questão de me
solidarizar com o presidente do PT,
Ricardo Berzoini, em sua campanha para dedicar a eventual vitória
do partido aos "companheiros que
foram atacados".
De fato, os "ataques" foram inaceitáveis. Veja o caso do deputado
João Paulo Cunha: pede à mulher
que pague a conta da TV a cabo no
banco, mas ela, de maneira vil e
soez, é "atacada" por um maço de
R$ 50 mil. Ninguém mais agüenta a
violência neste país.
Pior: a moça foi obrigada a levar o
dinheiro para casa e entregar para o
marido. Que "ataque", hein?
A baixaria dos "ataques" revelou-se especialmente no caso daquele
petista do Ceará: os "atacantes" visaram literalmente suas partes baixas, ao enfiarem a mão na cueca do
cidadão para nela colocar até dólares. "Ataque" com moeda forte deve
doer mais.
Se eu fosse Berzoini, pediria a demissão sumária do procurador-geral da República por ter confundido
a opinião pública ao afirmar que o
PT se transformara em "quadrilha"
e "organização criminosa".
É capaz de algum desavisado, que
não vê a aura de santidade em torno
da cabeça de todo petista, achar que
os "ataques" não foram "ataques",
mas fatos.
A confusão é tamanha que envolveu até o presidente da República,
presidente de honra do PT: ele, em
vez de condenar os "ataques" que
seu partido sofreu, pediu desculpas,
na certa supondo, como o procurador, que não houve "ataques", mas
fatos.
Ainda por cima demitiu algumas
das vítimas dos "ataques", chamando-as de "envolvidos" (Palocci, no
ataque ao sigilo bancário de um caseiro; Dirceu no "ataque" chamado
"mensalão").
Faltou a Berzoini dedicar a eventual vitória igualmente a Paulo Maluf. Maluf também se queixa sempre de ser vítima de "ataques" e, afinal, é companheiro de viagem do lulo-petismo.
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