São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Livros
"No texto "Editores criticam escolha de 2.000 livros" (Ilustrada, 15/9), ficou truncada minha afirmação a respeito do número de livros a serem comprados para instalação de bibliotecas públicas. Afirmei que os 130 exemplares comprados pela biblioteca eram um número "ridículo" se comparado aos milhões de exemplares adquiridos pelos programas do Ministério da Educação -e esta última parte da minha declaração foi omitida. O título também falseia completamente a real acolhida da lista de 2.000 títulos do programa. O Sindicato Nacional dos Editores de Livros pediu registro em ata da reunião da comissão de voto de louvor pela transparência do processo, também elogiado pela representante da Libre no encontro de 3/9. A Câmara Brasileira do Livro e a Federação Nacional do Livro Infantil e Juvenil também aprovaram a lista, sem manifestações contrárias. A reportagem ouviu apenas um editor frustrado em suas expectativas que criticava o resultado final -entre as 233 editoras candidatas, certamente isso não representa base estatística para justificar o título. Mais grave é o fato de o texto afirmar que a comissão de seleção "rejeitou a lista" na reunião de 3/9, o que é absolutamente falso. Apenas foram apontados pequenos erros técnicos (repetição de títulos etc.), que foram imediatamente corrigidos, e a lista foi aprovada. É lamentável que, no momento da divulgação de uma lista importante para a política de incentivo à leitura no país, feita com a mais absoluta clareza a partir dos votos de 55 especialistas (escolhidos por um colegiado de 12 membros) e recebida de forma incomumente favorável para seleções deste tipo, a Folha prefira dar uma importância desmesurada a uma voz isolada, fornecendo ao leitor a impressão de uma grande polêmica, onde há, na verdade, um quase consenso."
Pedro Corrêa do Lago, presidente da Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro, RJ)

Campanha
"Repudio a inverídica e inaceitável declaração do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ao admitir que eu tenha sugerido que o PTB conseguisse com o PT recursos para financiar a campanha para a Prefeitura do Recife ("Jefferson admite que PTB espera recursos do PT", Brasil, 19/9). Passo a transcrever um dos itens da nota que publiquei no "Jornal do Comércio" do Recife com os principais argumentos para demonstrar as contradições do presidente do PTB. "É estranho que, tendo sido o PTB do Recife o único que não se curvou à diretriz nacional partidária de coligar-se ou de apoiar os candidatos do PT a prefeito, possa vir agora a ser acusado de pretender auferir vantagens do mesmo PT. Isso se ajustaria muito mais aos que sofreram pressão, desistiram de candidaturas e fizeram alianças de última hora para favorecer o PT, como é o caso de São Paulo. Querer circunscrever a crise do PTB a Pernambuco é uma manobra maquiavélica, que jamais será aceita pelas pessoas esclarecidas, conhecedoras da política brasileira e dos seus personagens"."
Roberto Magalhães, deputado federal -PTB-PE (Recife, PE)

Ancinav
"O anteprojeto de criação da Ancinav não transforma a nova agência reguladora em órgão arrecadador de direitos autorais. Não procede, portanto, o receio que o Ecad manifesta na reportagem "Carta do Ecad critica projeto do audiovisual" (Ilustrada, pág. E10, 16/9). A proposta do Ministério da Cultura confere à Ancinav a competência de regulamentar e de fiscalizar a arrecadação e a distribuição de valores relativos a direitos autorais sobre a exibição de obras audiovisuais. O pagamento deve ser efetuado pelos exibidores, e a arrecadação e a distribuição serão feitas por instituição designada pelos titulares dos direitos. O anteprojeto consagra a unicidade da obra audiovisual e resguarda os direitos de seus co-autores (diretor, roteirista e compositor da trilha). Trata-se apenas de aplicar, na atividade de exibição, o que determina a Lei do Direito Autoral (9.610) e de realizar o papel regulador e fiscalizador do Estado com o intuito de proteger os titulares de direitos e assegurar o cumprimento da legislação e das normas."
Sergio Sá Leitão, coordenador da assessoria do Ministério da Cultura (Brasília, DF)

Campanha 2004
"Quero expressar minha perplexidade após ler a coluna de Clóvis Rossi do último domingo, intitulada "Confissões" (Opinião, pág. A2). O jornalista tenta, de forma tendenciosa, relacionar a frase dita em entrevista, no dia anterior, pelo empreiteiro João Lagoeiro Barbará -que relatava suposta prática de extorsão de governos para com empresas- a uma citação pinçada de entrevista que concedi ao jornal uma semana antes (Brasil, 12/9) sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pelo PT nestas eleições. Naquela entrevista, expliquei que o partido tem tido uma campanha pobre nas ruas, com uma série de dificuldades, e afirmei que a situação financeira era mais tranqüila em municípios que hoje são administrados pelo PT. Mas, ao contrário do que tenta fazer crer o colunista da Folha, isso ocorre porque os governos petistas têm demonstrado capacidade de gestão e de competência, ganhando a confiança dos empresários, que, por isso, passaram a investir mais em nossas campanhas. Repudio qualquer tentativa de relacionar os governos do PT a casos de corrupção ou a ligações escusas com quem quer que seja. O PT governa hoje 204 prefeituras -menos de 4% do total de municípios do país- e pretende elevar esse número mostrando suas bem-sucedidas e premiadas gestões, que se tornaram exemplo para o país e para o mundo. O modo petista de governar é, hoje, sinônimo de ética, de democracia e de participação popular."
Marcelo Sereno, secretário nacional de comunicação do PT (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Clóvis Rossi -
Limitei-me a reproduzir frase de Sereno (que não a nega) do seguinte teor: "As cidades em que o PT está no governo são as que têm as situações financeiras mais tranqüilas (para as finanças da campanha eleitoral), porque estabeleceu uma relação com essa parte da sociedade que contribui mais em campanha". O leitor que julgue.

Campanha limpa
"Exemplares e profiláticas as medidas da Associação Paulista Viva ("Associação Paulista decide banir a propaganda eleitoral da avenida", Eleições 2004, 20/9). A cidade está inundada e emporcalhada pela propaganda política, muitas vezes prejudicando pedestres e a sinalização do trânsito. Oxalá esse movimento seja ampliado para toda a cidade e seja também o início para que haja projetos e leis para a total proibição de propaganda nas ruas."
Augusto Galimberti (São Paulo, SP)

Construção
"Solicitamos que seja informado aos leitores desta Folha um erro na seção "Frases" de 19/9 (Opinião, pág. A2). A construtora a qual pertence o senhor João Lagoeiro Barbará é a Concórdia, e não a Constran. A própria coluna do jornalista Clóvis Rossi do mesmo dia 19/9 ('Confissões'), na mesma página, comenta a frase e cita que o senhor Barbará é da construtora Concórdia. O senhor Barbará nunca fez parte do quadro da Constran."
Valter Paschoalick, diretor jurídico da Constran (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos" abaixo.


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