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INVESTIMENTO FRACO
Os dados a respeito do investimento público no país, reunidos pelo Tesouro Nacional e apresentados no Congresso pelo senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE), reiteram
as conhecidas dificuldades que o Estado brasileiro, de uma maneira geral, e o governo Luiz Inácio Lula da
Silva, particularmente, têm encontrado para transformar a crescente
carga tributária que pesa sobre os
contribuintes em resultados efetivos
para o desenvolvimento. Em 2003, o
investimento público, excetuando
estatais, empréstimos externos e recursos do Fundo de Garantia de
Tempo de Serviço, foi o mais baixo
desde 1984.
Num país onde a proporção dos
tributos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) vem crescendo sistematicamente nos últimos anos,
aproximando-se, hoje, de 40%, as
ações do Estado em setores fundamentais e de sua competência, como
infra-estrutura, saneamento, saúde e
educação, têm-se mantido muito
aquém do que seria necessário.
Certamente o ajuste fiscal iniciado
na gestão anterior, com o objetivo de
assegurar recursos para o serviço da
dívida pública, responde por parte
importante das restrições, num processo perverso, que retira renda da
sociedade e da produção, por intermédio de impostos, e a transfere,
sob a forma de juros (R$ 83,8 bilhões
entre janeiro e agosto de 2004, o
equivalente a 7,66% do PIB), para os
detentores de títulos da dívida. A administração petista aumentou a meta
de superávit primário das contas governamentais, que poderá se aproximar de 5% do PIB neste ano.
Não é apenas a dívida, porém, que
impede os investimentos: o governo
tem-se revelado apático e incompetente quando se trata de equacionar
os gastos públicos, cortar despesas
supérfluas, definir prioridades e usar
de maneira eficaz os recursos existentes. Nem sequer iniciativas clássicas, como projetos de obras públicas, que poderiam ter impacto positivo no mercado de trabalho, estimular o investimento privado e melhorar a infra-estrutura, saem do papel.
Falta planejamento, falta capacidade
administrativa e falta decisão política
numa administração que, embora
eleita para mudar, limita-se a fazer
mais do mesmo.
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