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REGRAS PARA MOTOBOYS
Embora medidas que visem
disciplinar a atividade dos motoboys e torná-la mais segura sejam
em princípio bem-vindas, a nova regulamentação da profissão na cidade de São Paulo suscita cautelas. As
novas normas foram divulgadas pela
prefeitura em agosto e, segundo declarações oficiais, seu cumprimento
deve começar a ser exigido a partir do
final do ano. As regras começam a vigorar em dezembro para motociclistas nascidos entre janeiro e março.
Até abril de 2006, estima-se que a
maioria estará sujeita às exigências.
Pelas novas normas, os entregadores ficam proibidos de usar mochilas
e devem carregar seus produtos em
baús acoplados às motos. Além disso, torna-se obrigatório o uso de botas, colete especial, capacete com nome do condutor, número do cadastro municipal e tipo sangüíneo. Será
exigido, também, um treinamento
de dez horas -com noções de direção defensiva e de sinalização de tráfego- para capacitar os motociclistas a exercerem suas funções.
Ainda que as regras signifiquem
um avanço no que concerne à segurança, sua realização deve ser encarada com uma boa dose de ceticismo.
Evidentemente não basta elaborar
boas regras para tornar o trânsito
mais seguro. É preciso assegurar o
seu cumprimento.
No caso, isso significará a tarefa de
fiscalizar os cerca de 120 mil motoboys que atuam na capital, segundo
estimativas do Departamento de
Transportes Públicos. Desses 120
mil, calcula-se que apenas 5.000 estejam em situação regular. Se o cadastramento de todos motociclistas já se
mostra extremamente difícil, que dizer de fiscalizar o cumprimento do
novo regulamento?
A conhecida inépcia fiscalizatória
do poder público e o notório engenho de muitos quando se trata criar
meios para burlar as normas dão razões para aguardar com bastante
cautela os resultados práticos de medida tão pretensiosa.
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