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RUY CASTRO
Roncos
RIO DE JANEIRO - Não se sabe
como eles chegam a esses números,
mas calcula-se que haja no Brasil 6
milhões de pessoas que roncam
consistentemente. Ou seja, todas as
noites e a noite toda. Seis milhões
de pessoas são a população do Rio.
Pois imagine toda a população do
Rio roncando em uníssono. Do
Guaporé para baixo, incluindo a
Serra do Roncador, ninguém no
país conseguiria dormir.
Por sorte, esses 6 milhões de roncadores estão distribuídos entre os
180 milhões e quebrados da população. Dá a média de um cidadão roncando para 30 que não sofrem do
problema, mas que podem estar ao
alcance sonoro do roncador.
O ronco parece ser uma conseqüência do estreitamento das vias
aéreas do indivíduo, provocado por
fatores como excesso de álcool e sedativos, dormir de barriga para cima e outros. A ciência ainda não
descobriu uma cura efetiva. Enquanto isso, as vítimas dos roncadores continuam a apelar para métodos pouco científicos, como chutes na canela ou cutiladas com o cotovelo nas costelas de seus algozes.
Segundo o noticiário, um professor de ciência da computação da
Universidade de Rostock, na Alemanha, acaba de inventar um paliativo: o travesseiro computadorizado. Trata-se de um travesseiro feito
de compartimentos inflados com
maior ou menor pressão, ligado a
um computador que se coloca na
mesinha de cabeceira.
O computador "ouve" o ronco e o
analisa em comparação com outros
ruídos de seu banco de roncos. Define a intensidade das vibrações e,
de acordo com o resultado, enche
ou esvazia certos compartimentos
do travesseiro, movendo com isso a
cabeça e o pescoço do roncador, até
achar a posição ideal de não-ronco.
Se, depois disso, o cônjuge não parar de roncar, sempre se pode apelar para o chute na canela ou a cutilada nas costelas.
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