São Paulo, quarta-feira, 23 de janeiro de 2008 |
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IGOR GIELOW Tapeação
BRASÍLIA - Enquanto o Fed tentava colocar ordem na casa das finanças mundiais com seu corte de
juros, de alcance ainda imprevisível, no Palácio do Planalto um teatrinho se desenvolvia.
Depois de ouvir Guido Mantega
fazer gracinha com a medida americana, no melhor estilo macunaímico do seu patrão, foi a vez de a toda-poderosa Dilma Rousseff inundar o
microfone com um rosário de números e projeções.
Em novembro de 1997, a revista britânica "The Economist" publicou em sua capa uma ilustração genial, que mostrava a loucura vivida pelas Bolsas naqueles dias. No quadrinho, um corretor diz calmamente ao telefone: "Eu tenho uma ação aqui que pode realmente surpreender". Aí todos à sua volta entendem o "surpreender", tradução livre para o inglês "excel", como sendo "sell" (vender). O pânico se instala, com gente berrando "sell" para todo lado, até que um deles desiste e diz: "Isto é loucura. Eu não agüento mais. Adeus". Só que o "adeus", "good-bye", soa para os corretores como um "buy" (comprar). Todos param, pensam um pouco, e o pânico se reinstala, com gritos ensandecidos de "buy!". Uma década depois, o mundo ficou mas complicado, mas algumas coisas não mudaram. igielow@folhasp.com.br Texto Anterior: Davos - Clóvis Rossi: É melhor jogar os búzios Próximo Texto: Rio de Janeiro - Ruy Castro: Moreau aos 80 Índice |
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