São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 2010

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Editoriais

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Um ano difícil

O PRESIDENTE Barack Obama completou um ano de mandato, no dia 20, cercado de problemas. Na véspera da efeméride seu partido foi derrotado na eleição especial para preencher a vaga aberta com a morte de Ted Kennedy -ícone progressista do Estado de Massachusetts que se manteve no Senado por 46 anos.
A vitória do inexpressivo republicano Scott Brown retira do presidente a maioria capaz de barrar obstrucionistas republicanos, ameaça a tramitação da reforma da saúde -sua principal iniciativa no Congresso- e prenuncia dificuldades nas eleições legislativas de novembro.
Na área econômica, a população, que viu com desconfiança o apoio financeiro oferecido aos bancos para minimizar a crise, agora só tem olhos para o desemprego. A taxa já chegou a 10%, depois de ter galgado 2,3 pontos percentuais desde a posse.
Ao adotar um estilo suprapartidário em momento de radicalização ideológica, Obama provoca descontentamento por todos os lados. Republicanos radicais acusam-no de "socialista" e democratas à esquerda reclamam do excesso de concessões. Sua popularidade caiu de 68%, na posse, para a média de 57% em 12 meses -a segunda mais baixa dos últimos oito presidentes.
A outra grande preocupação, a segurança nacional, rendeu também pontos negativos com a desastrada reação do governo à frustrada tentativa terrorista ocorrida no Natal.
Os próximos meses exigirão de Obama mais habilidade do que demonstrou até aqui. Se optar pelo confronto com os republicanos, corre o risco de nada mais aprovar no Congresso. Se prosseguir na estratégia conciliadora, pode colher a contínua erosão de seu prestígio e uma derrota democrata ainda mais dolorosa na renovação de um terço do Senado e de toda a Câmara.


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