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Editoriais
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Um ano difícil
O PRESIDENTE Barack Obama completou um ano de
mandato, no dia 20, cercado de problemas. Na véspera da
efeméride seu partido foi derrotado na eleição especial para
preencher a vaga aberta com a
morte de Ted Kennedy -ícone
progressista do Estado de Massachusetts que se manteve no
Senado por 46 anos.
A vitória do inexpressivo republicano Scott Brown retira do
presidente a maioria capaz de
barrar obstrucionistas republicanos, ameaça a tramitação da
reforma da saúde -sua principal
iniciativa no Congresso- e prenuncia dificuldades nas eleições
legislativas de novembro.
Na área econômica, a população, que viu com desconfiança o
apoio financeiro oferecido aos
bancos para minimizar a crise,
agora só tem olhos para o desemprego. A taxa já chegou a 10%, depois de ter galgado 2,3 pontos
percentuais desde a posse.
Ao adotar um estilo suprapartidário em momento de radicalização ideológica, Obama provoca descontentamento por todos
os lados. Republicanos radicais
acusam-no de "socialista" e democratas à esquerda reclamam
do excesso de concessões. Sua
popularidade caiu de 68%, na
posse, para a média de 57% em 12
meses -a segunda mais baixa
dos últimos oito presidentes.
A outra grande preocupação, a
segurança nacional, rendeu também pontos negativos com a desastrada reação do governo à
frustrada tentativa terrorista
ocorrida no Natal.
Os próximos meses exigirão de
Obama mais habilidade do que
demonstrou até aqui. Se optar
pelo confronto com os republicanos, corre o risco de nada mais
aprovar no Congresso. Se prosseguir na estratégia conciliadora,
pode colher a contínua erosão de
seu prestígio e uma derrota democrata ainda mais dolorosa na
renovação de um terço do Senado e de toda a Câmara.
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