São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Contribuição previdenciária
"O aumento da contribuição previdenciária imposto aos servidores federais não passa de moeda de troca de uma transação espúria para a liberação da segunda parcela de mais um nebuloso empréstimo internacional, contraído sem o aval do povo brasileiro.
O que for arrecadado com essa perversa medida, somado ao que for liberado pela agiotagem internacional, será utilizado, como de praxe, para o pagamento dos juros de uma dívida externa impagável, que precisa urgentemente de uma auditoria para se saber quem de fato deve a quem."
Edson de Freitas (Rio de Janeiro, RJ)

"Após quatro derrotas consecutivas na Câmara dos Deputados, o governo finalmente obteve a vitória, diga-se de passagem esmagadora, conseguindo a aprovação do projeto que institui a contribuição previdenciária de servidores públicos inativos e que aumenta a de funcionários na ativa, seguindo agora para o Senado, onde o governo tem ampla maioria.
Essa importante e arrasadora vitória me traz as seguintes indagações: quais argumentos o governo federal utilizou para obter uma vitória tão expressiva? O que será que sensibilizou tanto os deputados federais, que somente na quinta tentativa aprovaram o referido projeto? É duro ser curioso!"
Cláucio Roberto Cruz (Santa Mercedes, SP)

O Brasil e os EUA
"Enquanto Clinton anuncia aos americanos que eles vão ter uma era de riquezas ainda mais exuberante do que a que estão vivendo, o Brasil mergulha em uma terrível crise econômica. Quando será que seremos capazes de perceber que há uma certa relação entre fatos como esse? Quando será que seremos capazes de dizer não aos mascates internacionais que nos fazem comprar seus "produtos'? Quando sairemos das mãos dos agiotas?"
José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)

Preços em alta
"O sr. Antonio Flavio Mendes Moraes ("Painel do Leitor' de ontem) critica o aumento de preços de produtos já pagos pelo comerciante e em estoque. Eu não sou comerciante, mas entendo que, se o produto teve aumento de preço de venda para o comércio e se não houver repasse desse aumento para o consumidor, o vendedor não conseguirá repor esse estoque. Em verdade há abusos, mas temos que ser justos ao analisar a realidade dos fatos."
Maria Cândida Leal de Menezes (São Paulo, SP)

Ouvidoria da polícia
"Em relação à carta do sr. Geraldo de Menezes Gomes ("Painel do Leitor', 21/1), tenho a informar o seguinte:
Em três anos, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo atendeu cerca de 20 mil pessoas, dentre as quais 2.000 eram PMs. Em 96 e 97, comparecemos a todos os debates (e não foram poucos) para os quais fomos convidados, nos batalhões e comandos de policiamento de área. Em parceria com a diretoria de Ensino e Instrução da PM, a ouvidoria realizou, em 97, seminários sobre o papel da polícia no Estado democrático de Direito nas cinco escolas de formação da PM, para 540 oficiais-professores.
Como há mais de ano este ouvidor não comparece nem tem sido convidado para as solenidades festivas da PM, o que realmente parece incomodar o sr. Geraldo não é "um ouvidor que fala muito e ouve mal', mas o conteúdo das informações que a ouvidoria tem trazido a público e que antes não era divulgado, como por exemplo o número absurdo de suicídios -187 policiais militares mortos em oito anos, mais do que os 102 vitimados no mesmo período em confronto com criminosos!
Diversamente do que afirma o missivista, presidente do Clube de Oficiais da PM, para quem a divulgação desses dados é que contribui para a redução da auto-estima dos milicianos, as reclamações dos próprios praças, registradas na ouvidoria, apontam para outras causas, como regulamento disciplinar arcaico e as prisões administrativas que entendemos inconstitucionais que ainda são aplicadas!"
Benedito Domingos Mariano, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Rádio Câmara
"Considero um escândalo a contratação de funcionários pela nova Rádio Câmara FM sem concurso público. Quem faz as leis deveria dar o exemplo.
Por outro lado, não seriam demais 70 funcionários para apenas uma única emissora de rádio? A Câmara dos Deputados deve explicações, especialmente no momento em que vota aumento de alíquotas de contribuição para a Previdência dos salários dos funcionários públicos ativos e inativos.
Assim fica fácil fazer leis e administrar um país!"
Célio Romais (Porto Alegre, RS)

Telefônica e Telerj
"Temos notícias diárias quanto ao precário serviço de telefonia fixa na cidade de São Paulo, operado pela Telefônica, ex-Telesp. Os paulistanos que nos perdoem, mas nesse item ganhamos disparado em ineficiência. Aqui na cidade do Rio de Janeiro vivemos esse mesmo drama, em proporções bem maiores, há pelo menos uns 20 anos. Reconhecidamente temos a pior companhia telefônica do Brasil."
Bartolomeu Jorge de Andrade (Rio de Janeiro, RJ)

Renovação da frota
"A situação dos trabalhadores demitidos da Ford é uma tragédia, e a forma como tomaram conhecimento da sua demissão é mais trágica ainda, de dar inveja a Maquiavel. Agora, as artimanhas para provocar o aumento da frota à custa de quem não tem como trocar de carro são de dar vergonha.
Então aquele que não dispõe de R$ 7.000 para comprar um carro melhor vai trocar o direito de transitar com o seu Fusca 79 por um bônus de R$ 1.200? Mais uma vez as montadoras serão beneficiadas, e não a sociedade.
Não se come pneu nem se dorme em carro. Os cidadãos deste país precisam de políticas de abastecimento, saúde, educação, habitação e segurança. Um dos ramos da atividade econômica que mais geram emprego é o da construção civil. O resto é conversa tola e de incompetentes enquanto o Brasil se atola."
Mario Teixeira Filho (São Paulo, SP)

Perueiros
"Fico revoltado e ao mesmo tempo desolado ao ler notícias sobre apreensão de peruas. Não entendo como podem tirar a fonte de sustento de uma família. É um absurdo! Agora, na hora de tirar dinheiro de político, de pegar ladrão, cadê a polícia? Isso é só no Brasil, onde impera a injustiça. Cadê os direitos humanos?"
Alexandre B. Kurosaki (São Paulo, SP)

Justiça Militar
"Dados trazidos pela Folha em 10/1, em reportagem sob o título "Justiça comum condena o dobro da Militar', representam o triunfo do princípio democrático sobre o execrável corporativismo militar. Mais que isso, revelam que, a despeito da escassa tecnicidade jurídica dos membros que compõem o Tribunal do Júri e do nada infrequente predomínio da emotividade sobre a racionalidade, a participação popular no âmbito de atuação do Poder Judiciário ainda é, e por muito haverá de ser, expressão da mais lídima cidadania."
Luciano Coelho Ávila (Varginha, MG)

Corinthians e Palmeiras
"Os corintianos eram os primeiros a reclamar de um suposto esquema Parmalat para favorecer o Palmeiras. Agora serão patrocinados pela Batavo, filial da empresa italiana. E o tal esquema? Nada como um dia após o outro."
David Feder (São Paulo, SP)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.