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FERNANDO DE BARROS E SILVA
SOS tucana
SÃO PAULO - Sempre que confrontada com sua gestão chocante,
a governadora Yeda Crusius costuma responder que promove um
verdadeiro choque de gestão no Rio
Grande do Sul. Acumulam-se os
descalabros à sua volta, mas ela,
alheia a tudo, apenas repete que está pondo ordem na casa.
Há alguma semelhança formal
entre o autismo da tucana gaúcha e
o cinismo do governo Lula. Quando
postos diante do mensalão, dos aloprados, do dólar na cueca ou da capitulação ao jeito PMDB de politicar, o PT responde: 84% de popularidade -vai encarar?
Diferentemente de Lula, que foi
blindado pelas máquinas governamental e partidária quando, em
2005, a descoberta da roubança o
ameaçou, Yeda parece, além de perdida, politicamente isolada. Serra e
Aécio, as estrelas do partido, têm
problemas demais (sobretudo entre si) para se preocupar com o cadáver de um ex-secretário da tucana que, demitido sob suspeita no
ano passado, apareceu na última semana boiando no lago Paranoá.
A essa morte ainda não esclarecida vêm se somar as denúncias de
que gravações em vídeo reforçariam as evidências de corrupção no
primeiro escalão do governo Yeda,
agregando detalhes a escândalos já
conhecidos e revelando outros.
Desconte-se o fato, nada desprezível, de que o PSOL não apresentou provas do que disse. E lembre-se de que Luciana Genro, a amiga de
Protógenes, é filha de Tarso, muito
interessado na sucessão gaúcha.
Nascido como uma costela ética
do PT, o PSOL tornou-se o grilo falante da esquerda ressentida. A jiboia do lulismo já o engoliu.
Nada disso, porém, deve servir de
alívio à frágil Yeda Crusius. Ela corre o risco de se tornar o emblema
maior do desastre político-administrativo do PSDB, tendo como
concorrentes a ruinosa Alagoas do
governador Téo Vilela e o ex-governador da Paraíba Cássio Cunha Lima, recém-cassado pelo TSE. Isso
para não lembrar de Ivo Cassol
(RO), o ex-tucano "hors-concours".
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