São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br

Câmbio
"Gostaria de manifestar meu total apoio aos artigos de Luís Nassif e Paulo Nogueira Batista Júnior publicados no caderno Dinheiro em 3/3 e 23/2, respectivamente ("A segunda onda cambial" e "Populismo cambial'). Com esclarecedor raciocínio, Luís Nassif aponta sinais evidentes dessa "segunda grande onda, em dez anos, de concentração de empresas e de desmonte de cadeias produtivas". Nesse artigo, encontramos eco para as advertências que fazemos há mais de um ano contra a apreciação do dólar, as elevadas taxas de juros, a perseguição implacável do superávit primário e a voracidade tributária. Enquanto nos debatemos com as dificuldades da conjuntura econômica e pedimos esclarecimentos aos responsáveis pela política monetária e cambial, deparamos com o artigo de Paulo Nogueira Batista, que responde à indagação que também fazemos: "por que a insistência no mesmo erro?". Sim, porque esse erro não é privilégio desse governo, foi também do anterior. E nos parece que a resposta é pertinente. Ao lembrar que, na fase inicial, a valorização cambial é agradável, chega a uma razão bem plausível: a ligação desses surtos periódicos de "populismo cambial" com o calendário eleitoral. O mesmo artifício foi usado por Itamar Franco para eleger Fernando Henrique Cardoso, o qual recorreu ainda mais uma vez ao instrumento para se reeleger. Resta saber até quando o setor produtivo vai suportar que o real tenha sofrido uma valorização de 41% desde 2002."

Newton de Mello, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos -Abimaq (São Paulo, SP)

McLanche
"Não sou "gente da lei" nem trabalho no Ministério Público, mas não achei um absurdo este ter obrigado o McDonald's a vender os brinquedos da promoção McLanche Feliz desacompanhados do sanduíche, como escreveu ontem o leitor Leonardo Scauri. Cansei de presenciar cenas em que mães "desesperadas", acompanhadas de suas crianças, pedem os lanches e vêem as crianças largarem a comida e saírem de lado para se divertir com o brinquedo. Penso que muitas mães adoraram a decisão do Ministério Público."

Davi Casale Aragon (Ribeirão Preto, SP)

Mão atadas
"O que fazer para que um país como o Brasil possa sair desse mar de lama? Infelizmente, nada. Porque, quando vozes se levantam para poder levar ao banco dos réus aqueles que vergonhosamente roubam e tripudiam sobre o povo brasileiro, aparecem as tais liminares que impedem que sejam apurados a fundo os trambiques dos que estão no poder. É uma pena que estejamos de mãos atadas. Nossa indignação não tem resposta, pois o brasileiro se sente traído e massacrado. Fica aqui minha solidariedade ao caseiro Francenildo."

Cleusa Guerreiro Hugueney (Uberlândia, MG)

Sabatina com Danuza
"Por que a Folha dá tanto destaque à vida da senhora Danuza Leão ("PT merece o Oscar do fingimento, diz Danuza", Cotidiano, 22/3)? Não bastou a página dupla quando do lançamento de seu último livro? Nem o ministro Gilberto Gil teve tanto destaque. A sabatina foi o repeteco da reportagem sobre o lançamento do livro dela. Sabatinem a Denise Frossard, a Heloísa Helena, a Ideli Salvatti, a Lygia Fagundes Telles."

Suria Jarouche Oide (Santo André, SP)
 

"A que ponto chegou a Folha na sua ânsia de alavancar a candidatura de Geraldo Alckmin. Até a opinião de uma "débil mental" (segundo suas próprias palavras) mereceu destaque na Primeira Página desse (ex)conceituado jornal. É lastimável. Entre tantas baboseiras ditas por essa "jovem senhora", por que escolher justamente aquela em que ela critica o PT? Por que não aquela pérola de que, para criança, a solução é "um bom colégio interno na Suíça'? Em que mundo ela vive? Na Lua?"

Luiz Antonio Escanferla (Monte Aprazível, SP)

PUC-SP
"O artigo "Em defesa da PUC-SP" ("Tendências/Debates", 20/3) foi subscrito por aqueles que exerceram a reitoria da PUC-SP no período de 1976 a 2005. Mostra, portanto, que, nos quase 30 anos gerindo a instituição, as políticas que implementaram foram ineficientes para contornar ou ao menos amenizar os problemas agravados paulatinamente. Talvez tenha faltado aos autores do texto a coragem que agora invocam para encarar de frente a crise: tomar decisões, superar divisões e romper omissões. Como bem ressaltou o professor Luiz Felipe Pondé no artigo "A experiência da PUC-SP" (21/2), os valores pelos quais os últimos reitores justificaram suas gestões -dignidade do trabalho, transparência nas decisões e autonomia acadêmica- foram aos poucos assumindo a forma de uma retórica a serviço de uma "aristocracia acomodada". E a comunidade universitária tem colhido agora os frutos amargos do que se plantou. Que seja esse difícil momento o despertar para a realidade das necessárias reformas estruturais na nossa instituição a fim de que possamos continuar trabalhando dignamente na concretização da excelência do ensino e do serviço à comunidade."

Eloisa de Sousa Arruda, professora de direito processual penal da PUC-SP (São Paulo, SP)

Escolas
"Em relação à resposta do secretário municipal de Educação de São Paulo, José Aristodemo Pinotti, publicada ontem no "Painel do Leitor", gostaria de fazer algumas ponderações. O prefeito José Serra é tão responsável quanto o secretário de Educação no que diz respeito à reportagem "Serra improvisa escola em cima de mercado" (Cotidiano, 21/3). Quero dizer, também, que o prefeito Serra está desrespeitando a lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente, nos artigos: 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor; e 53, Inciso 1 -"Igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola; e Inciso 7, parágrafo 2º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. Por essas e por outras é que a qualidade do ensino público está péssima."

Luiz Mario Machado Ribeiro (São Paulo, SP)

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