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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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ALERTA ASIÁTICO

As economias emergentes da Ásia começaram a apresentar sinais de desaquecimento. O fenômeno parece resultar de vários fatores: desaceleração econômica nos EUA, surgimento da pneumonia asiática, além da guerra no Iraque.
A fraqueza da economia americana, principal fonte de demanda das exportações asiáticas, já repercute negativamente no setor industrial de alguns países da região, como a Tailândia. A contração nos investimentos das corporações dos EUA parece estar longe do fim. O setor industrial opera com elevada capacidade ociosa, que, associada às pressões de baixa sobre os preços, desencadeou uma queda na taxa de lucro das empresas. Esses elementos dificultam a recuperação sustentada da economia americana, a despeito da vitória militar no Iraque e da política de alívio tributário do governo Bush.
A ameaça da epidemia tende a atingir com maior ênfase os serviços turísticos, que representam algo entre 3% e 4% do PIB da região. Os impactos deletérios sobre a arrecadação tributária e nos custos dos sistemas de saúde também não devem ser negligenciados.
Há ainda indicações de que o fluxo de investimento de curto prazo que sustentou a expansão dos mercados asiáticos no ano passado passou a se deslocar para a América Latina, sobretudo para o Brasil e a Argentina. O comportamento das Bolsas de Valores das duas regiões se inverteu. As da Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura passaram a acumular quedas, enquanto os mercados acionários do Brasil e da Argentina passaram a apresentar altas.
Esse é mais um indicador apontando para que a equipe econômica brasileira se preocupe com o desempenho da taxa de câmbio e a atração de capitais de curto prazo. Eles podem dificultar a consecução de uma estratégia pública e privada de longo prazo que possibilite o ajuste sustentado das contas externas.


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