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ALERTA ASIÁTICO
As economias emergentes da
Ásia começaram a apresentar
sinais de desaquecimento. O fenômeno parece resultar de vários fatores: desaceleração econômica nos
EUA, surgimento da pneumonia
asiática, além da guerra no Iraque.
A fraqueza da economia americana, principal fonte de demanda das
exportações asiáticas, já repercute
negativamente no setor industrial de
alguns países da região, como a Tailândia. A contração nos investimentos das corporações dos EUA parece
estar longe do fim. O setor industrial
opera com elevada capacidade ociosa, que, associada às pressões de baixa sobre os preços, desencadeou
uma queda na taxa de lucro das empresas. Esses elementos dificultam a
recuperação sustentada da economia
americana, a despeito da vitória militar no Iraque e da política de alívio tributário do governo Bush.
A ameaça da epidemia tende a atingir com maior ênfase os serviços turísticos, que representam algo entre
3% e 4% do PIB da região. Os impactos deletérios sobre a arrecadação tributária e nos custos dos sistemas de
saúde também não devem ser negligenciados.
Há ainda indicações de que o fluxo
de investimento de curto prazo que
sustentou a expansão dos mercados
asiáticos no ano passado passou a se
deslocar para a América Latina, sobretudo para o Brasil e a Argentina.
O comportamento das Bolsas de Valores das duas regiões se inverteu. As
da Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura passaram a acumular quedas, enquanto os mercados acionários do Brasil e da Argentina passaram a apresentar altas.
Esse é mais um indicador apontando para que a equipe econômica brasileira se preocupe com o desempenho da taxa de câmbio e a atração de
capitais de curto prazo. Eles podem
dificultar a consecução de uma estratégia pública e privada de longo prazo que possibilite o ajuste sustentado
das contas externas.
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