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RODÍZIO DE NOVO
A Assembléia Legislativa finalmente aprovou a lei que autoriza o governo a implantar, nos anos de 1997 e
1998, o rodízio de carros na região
metropolitana de São Paulo.
A idéia é, dadas as dificuldades para
a dispersão de poluentes comuns durante o inverno, tornar mais aceitáveis os índices de qualidade do ar. O
efeito colateral e positivo, que se verificou durante o rodízio de 1996, foi
a substancial melhoria do trânsito,
uma vez que, em tese, a Grande São
Paulo fica com sua frota reduzida em
cerca de 20% nos dias úteis.
O entusiasmo com a melhoria no
trânsito foi tanto que houve quem sugerisse a adoção do rodízio durante o
ano todo. A experiência mexicana revela que, sendo o rodízio permanente, a população passa a encontrar
formas de burlá-lo -comprando,
por exemplo, um outro carro, por vezes mais velho e poluente, para circular nos dias em que o seu veículo de
uso constante está impedido de fazê-lo. Tudo indica que o rodízio deve
ser apenas uma medida emergencial
e temporária.
A solução para o trânsito está em
convencer o cidadão (e sobretudo
fornecer as condições objetivas para
isso) de que vale a pena deixar seu
carro em casa e optar pelo transporte
público de qualidade. O Metrô, por
exemplo, não polui e é alternativa rápida e segura à locomoção em veículos particulares. Ampliar a rede metroviária, que hoje conta com apenas
43 km, é um imperativo.
Outras medidas contra a poluição
-como a adoção de regras mais rígidas na emissão de partículas poluentes por veículos automotores- estão, infelizmente, sendo procrastinadas das mais diversas formas.
Não se trata, é óbvio, de nenhum
ovo de Colombo, mas a experiência
internacional é pródiga em demonstrar que o trânsito só melhora efetivamente quando existe bom transporte coletivo. Todo o resto são meros paliativos de eficácia duvidosa,
ainda que possam tornar o ar da cidade um pouco mais respirável durante
os meses de inverno.
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