São Paulo, sexta-feira, 23 de junho de 2006

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NELSON MOTTA

Antes e depois da pugna

RIO DE JANEIRO - Uma das piores situações que um cronista pode enfrentar numa Copa do Mundo é -pressionado pelo fuso horário e pelo fechamento da edição- ser obrigado a escrever uma crônica antes de um jogo do Brasil. Pior ainda quando a partida é decisiva e pode levar o time ao caminho do título ou mandá-lo de volta para casa.
Graças a Deus não é o nosso caso, posso escolher e explorar qualquer assunto, entre os tantos que abundam pela cidade e pelo país, para oferecer aos leitores no dia seguinte à vitória, empate ou derrota do Brasil. O único problema, como o das táticas, é combinar com o adversário, no caso, com todo respeito, o leitor, que certamente não estará interessado em nada que não seja o jogo de ontem e pode estar eufórico, sorumbático ou nem querer falar de futebol. Ou ler jornal.
O rrrrrrelógio marrrrrrrca! Ecoam na memória os locutores de rádio em velhas Copas, descrevendo as vibrantes pugnas entre a seleção brasileira e o resto do mundo. Adentrava o tapete verde o escrete canarinho e seus craques da bola, hoje entra o "mega-über-team" de meio bilhão de dólares, cravejado de estrelas, o coração bate mais acelerado, a crônica tem que ser interrompida bruscamente. A bola vai rolar em Dortmund.
Duas horas depois, tudo mudou, o leitor e o cronista estão felizes, exultantes mesmo com a verdadeira estréia do Brasil na Copa, com um show de bola cheio de dribles, tabelas e gols, com tudo o que os brasileiros gostam de ver em sua seleção.
Valeu toda a ansiedade e a expectativa para ver o renascimento de um fenômeno e a fenomenal performance de Robinho, ganhando seu lugar no time e nos corações brasileiros.
Um das melhores situações para um cronista numa Copa é ver um jogo como este. E falar dele!


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