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Dúvidas sobre a Receita
Entre tantos fatos nebulosos
suscitados pela atuação do "grupo de inteligência" da campanha
presidencial petista, há um que
pode e deve ser esclarecido o mais
rapidamente possível.
Reportagem desta Folha revelou que dados das declarações de
Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge
Caldas Pereira, integravam um
dossiê elaborado pelos arapongas
a serviço da candidata governista
Dilma Rousseff. São veementes os
indícios de violação indevida do
sigilo fiscal de um cidadão. A Receita Federal, de onde se suspeita
possam ter vazado as informações
que deveriam ser sigilosas, recusa-se a falar sobre o assunto.
Arrisca-se, assim, a macular a
confiança pública em uma instituição fundamental do Estado
brasileiro, cuja atuação jamais deveria se confundir com os interesses de qualquer governo ou partido. O secretário da Receita deve
satisfações à sociedade. Se não
ele, seu superior, o ministro da Fazenda. Se não ele, o presidente da
República.
O PT contesta com estridência a
acusação, mas falta-lhe apoio e
corroboração por parte das autoridades responsáveis, que parecem
se esconder. Que venham a público apresentar provas de que o sigilo fiscal não foi quebrado -ou tomar providências para que os responsáveis por desrespeitar um direito individual básico respondam
por seus atos.
Não se pode permitir a repetição de manobras sórdidas como a
violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, outra vítima do despudor petista em conspurcar leis e instituições para favorecer arrivistas políticos. Os indivíduos devem ser protegidos da
sanha persecutória do Estado -e
este não pode ser manobrado para
servir aos interesses de grupos vorazes pelo poder.
É imprescindível preservar a legitimidade republicana da Receita
e das demais instituições da esfera
federal, assegurando-se que o órgão público tratará a todos segundo os ditames da lei, à qual seus
funcionários também estão sujeitos. Esse princípio básico tem sido
perigosamente ameaçado pelo
governo Lula.
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