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Ciência em alta
EM UM ano, a produção científica brasileira cresceu
19%, indicam dados da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior). De 2004 para 2005, o
número de artigos publicados
em periódicos indexados passou
de 13.313 para 15.777.
Só a China e a Índia obtiveram
crescimento superior, com 29%
e 21%, respectivamente. Apesar
do avanço, o Brasil continua na
17ª posição no ranking dos países
que mais publicam artigos científicos, respondendo por 1,8% do
total. Embora brasileiros representem 2,5% da população mundial, esse não é um mau resultado, considerando-se que o país é
pobre e conta com uma educação
especialmente deficiente.
O crescimento da produção em
2004-05 foi capitaneado pelos
médicos, que pela primeira vez
superaram os físicos no número
de publicações -19,7% do total
de artigos, contra 15%.
A Capes atribui o incremento
da pesquisa médica ao maior rigor com que o órgão passou a
avaliar a pós-graduação da área.
Em 1998, 2001 e 2004, a Capes
foi inflexível na apreciação das
escolas e chegou a fechar cursos
de instituições de prestígio.
Os professores reagiram, passando a exigir de orientandos
não apenas a confecção e a defesa da tese mas também sua publicação em periódico indexado
-o que rende pontos extras na
avaliação da Capes. O resultado
se fez medir no aumento de artigos publicados e, presume-se,
também na qualidade das teses.
É importante que o novo patamar de excelência na área médica seja mantido e disseminado
para outras áreas. Mais importante seria conseguir traduzir os
bons resultados obtidos pelo
Brasil na produção científica para a inovação, pois é ela que gera
riqueza. E, quando se fala de patentes, o Brasil, 14ª economia do
mundo, 17º produtor de ciência,
despenca para a 27ª posição.
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