São Paulo, domingo, 23 de julho de 2006

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Ciência em alta

EM UM ano, a produção científica brasileira cresceu 19%, indicam dados da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). De 2004 para 2005, o número de artigos publicados em periódicos indexados passou de 13.313 para 15.777.
Só a China e a Índia obtiveram crescimento superior, com 29% e 21%, respectivamente. Apesar do avanço, o Brasil continua na 17ª posição no ranking dos países que mais publicam artigos científicos, respondendo por 1,8% do total. Embora brasileiros representem 2,5% da população mundial, esse não é um mau resultado, considerando-se que o país é pobre e conta com uma educação especialmente deficiente.
O crescimento da produção em 2004-05 foi capitaneado pelos médicos, que pela primeira vez superaram os físicos no número de publicações -19,7% do total de artigos, contra 15%.
A Capes atribui o incremento da pesquisa médica ao maior rigor com que o órgão passou a avaliar a pós-graduação da área. Em 1998, 2001 e 2004, a Capes foi inflexível na apreciação das escolas e chegou a fechar cursos de instituições de prestígio.
Os professores reagiram, passando a exigir de orientandos não apenas a confecção e a defesa da tese mas também sua publicação em periódico indexado -o que rende pontos extras na avaliação da Capes. O resultado se fez medir no aumento de artigos publicados e, presume-se, também na qualidade das teses.
É importante que o novo patamar de excelência na área médica seja mantido e disseminado para outras áreas. Mais importante seria conseguir traduzir os bons resultados obtidos pelo Brasil na produção científica para a inovação, pois é ela que gera riqueza. E, quando se fala de patentes, o Brasil, 14ª economia do mundo, 17º produtor de ciência, despenca para a 27ª posição.


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