São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Inédito
"Pela primeira vez na história política brasileira ocorre um encontro do presidente em exercício com os candidatos à sua sucessão. É um acontecimento cívico, social, transparente e honesto, digno de muitos elogios. Vem provar a maturidade política que há tempos deveria existir no Brasil. "Ruim com ele, pior sem ele", diz o ditado popular. Esse ato democrático é de compromisso com a nação. Um ato de honestidade e de transparência, que deve chegar aos Estados e municípios para que o país passe a ser sério."
Antonio Rochael (Iguape, SP)

Segurança
"A respeito da reportagem "Policiais "ocupam" reunião da Assembléia" (Cotidiano, pág. C5, 21/8), esclarecemos que os delegados de polícia que estiveram na Assembléia Legislativa com o intuito de apoiar o atual secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, não representam a posição de toda a categoria. É difícil dizer se mesmo os delegados de polícia que participaram da manifestação o fizeram espontaneamente ou em cumprimento de ordem superior. A Associação e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, bem como a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, legítimos representantes da classe, ressaltam que não concordam com tal ato. A categoria não é parte envolvida nas denúncias contra a atuação do Gradi. A Adpesp, o Sindpesp e a Adepol reafirmam seu apoio à apuração, com total transparência, da atuação de policiais militares, membros do Gradi, que teriam usado presos custodiados pelo Estado para investigar facções criminosas."
Carlos Eduardo Benito Jorge, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Jair Cesário da Silva, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil e Paulo Roberto Siquetto, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Unesp
"Respeitamos o senhor Marcos Del Roio, professor de ciências políticas da Unesp ("Painel do Leitor", 19/8), mas discordamos de sua posição quanto à expansão de vagas e à criação novos cursos na universidade. A preocupação excessiva em consolidar o já existente, sob o pretexto de que faltam garantias para crescer com qualidade, esconde uma posição conservadora, de quem não quer novos desafios. Reconhece o nosso potencial de crescimento pelo avanço alcançado nos indicadores acadêmicos e de maturidade científica, mas defende deixar tudo como está ou criar novos cursos apenas nos campi já existentes. Essa posição conformista sufoca as inquietações intelectuais e desestimula o pensamento inovador. O momento exige arrojo, entusiasmo e visão abrangente das necessidades sociais e do papel da universidade nas transformações. Urge compreender o rumo das mudanças e participar dessa luta de construção do futuro. A missão da universidade pública, democrática e de qualidade não pode ser alienada ou alienante, mas engajada nos interesses da sociedade, que clama por mais vagas no ensino superior público, por novos cursos e por novos campi em áreas carentes de vagas."
Herculano Dias Bastos, professor da Faculdade de Medicina da Unesp (Botucatu, SP)

Autistas
"Sou médica psiquiatra e presto serviço para a AMA-Ribeirão Preto. Fiquei surpresa ao ler a reportagem "Entidade usa castigo na educação de autistas" (Cotidiano, pág. C4, 20/8), sobre o suposto tratamento recebido pelos alunos da instituição. Tamanha foi a irresponsabilidade do jornalista ao colocar termos como "castigo" e "confinamento" como sendo procedimentos utilizados para "punir" os usuários. É com tristeza que vejo uma reportagem no mínimo superficial atingir com tamanho impacto colegas de trabalho no mínimo competentes e extremamente dedicados. Espero que a instituição tenha chance de esclarecer os fatos."
Maria Priscila Cescato (Ribeirão Preto, SP)

Inimigo
"Oportuno, claro e estarrecedor o artigo "Eleições 2002 (1): despesa pública, inimigo oculto", escrito por Paulo Rabello de Castro ("Opinião Econômica", Dinheiro, pág. B2, 21/8). Enquanto o inimigo permanecer oculto, o nosso sonho de nos tornarmos um país desenvolvido fica cada vez mais distante. E o pior não é isso. O nosso pesadelo de encontrar nossos irmãos portenhos lá no fundo do poço torna-se, a cada dia, mais próximo."
Autemar Lopes de Souza (Campo Grande, MS)

Justiça e medicamentos
"A reportagem "Justiça faz política de medicamentos em SP" (Cotidiano, pág. C1, 18/8) e o editorial "Receita judicial" (Opinião, pág. A2, 20/8) não analisaram o outro lado envolvido na chamada "política de medicamentos em SP': a população carente que necessita de medicamentos e não possui recursos para adquiri-los. O fornecimento gratuito de medicamentos -contra as mais variadas doenças e para todos os que não podem por eles pagar- é direito garantido pela Constituição Federal. E as pessoas carentes têm-se valido do Poder Judiciário para fazer efetivar esse seu direito. No que se refere ao caso do menor "P.", mencionado na reportagem, faz-se necessário informar que se trata de pessoa miserável, cujos interesses foram patrocinados pela Procuradoria de Assistência Judiciária no exercício da Defensoria Pública. Os materiais pleiteados lastreiam-se em pareceres médicos da própria Secretaria de Estado da Saúde, que opinaram pela não-internação do menor, temendo o agravamento de seu já debilitado estado de saúde, e pelo fornecimento de estrutura para a realização do tratamento domiciliar. Opção menos onerosa, feita pelo próprio Estado na ação judicial referida. Assim, a decisão liminar, confirmada pelo Órgão Especial do TJ-SP, demonstra que se trata de cumprimento da legislação pertinente, e não política do Poder Judiciário."
Cláudia Aparecida Simardi, Maria Helena M. B. Daneluzzi e Mariângela Sarrubbo, procuradoras do Estado que atuam na assistência judiciária (São Paulo, SP)



Texto Anterior: Emir Sader: Continuidade ou ruptura?
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.