|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Marta e Serra
BRASÍLIA - Enquanto o segundo turno não vem, Marta já parte para o
ataque, enquanto Serra prefere a ironia, as provocações. E tudo ainda pode piorar muito.
A estratégia de Marta, já a todo vapor, é "desconstruir" a imagem de
Serra, alardeada pelo programa tucano, de "o melhor ministro da Saúde que o país já teve".
A estratégia de Serra, para a reta final do primeiro turno, é alimentar o
"voto útil" e a "onda anti-PT" e tentar assim capturar parte dos votos de
Maluf e de Erundina desde já.
Juntando os cacos, Marta fala menos do que é bom de Marta e mais do
que acha pior em Serra, enquanto
Serra insiste na marcha batida de falar bem de Serra, mas já se preparando para enfatizar o que o imaginário
popular identifica de pior no PT.
A campanha da prefeita quer evitar
que Serra cresça além dos 37% detectados pelos dois últimos lances do
Datafolha. E a de Serra quer tentar
arrancar uns "dois pontinhos a
mais" e confirmar o primeiro lugar
em 3 de outubro.
Até agora, os dois candidatos principais estão quase empatados, com
leve favoritismo de Serra. O que vai
definir a eleição é exatamente o segundo turno. Leia-se: o espólio de votos de Maluf (hoje em torno de 12%) e
de Erundina (4%).
É por isso que os petistas precisam
desqualificar Serra como competente
(atributo que os malufistas dizem
prezar muito) e os tucanos querem
lembrar a ojeriza do eleitor malufista
ao PT (daí a "onda anti-PT").
No segundo turno, não há mais os
candidatos "de aluguel", usados pelos candidatos contra seus adversários mais fortes. Também não há
mais o espaço para o ataque ou a defesa dos vereadores aos "prefeitáveis". A mobilização do eleitorado é
mais concentrada. E, enfim, é candidato contra candidato, no ringue.
Se a platéia quer sangue, não deve
se decepcionar.
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: "Autoridade Produtiva" Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Tomada de consciência Índice
|