São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 2008

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Editoriais

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Obama e a ciência

O PRESIDENTE eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, deu sinais concretos de que pretende cumprir as promessas de campanha nas áreas de ciência e tecnologia. Ele anunciou o nome de John Holdren, especialista em clima e energia, como chefe do Escritório da Casa Branca para Política Científica e Tecnológica.
Trata-se de um nome respeitado por especialistas. O físico da Universidade Harvard é autor de pesquisas relacionadas à mudança climática e aos perigos da energia nuclear.
O presidente eleito também nomeou a bióloga Jane Lubchenco para chefiar o órgão responsável por estudos atmosféricos e oceânicos e por boa parte das pesquisas oficiais sobre aquecimento global.
O renomado físico Steven Chu, co-vencedor do Prêmio Nobel de Física de 1997, já havia sido indicado como secretário da Energia. É mais um cientista conceituado, pioneiro na pesquisa relacionada à energia renovável.
O time de cientistas prenuncia uma mudança positiva. Na plataforma de candidato, Obama já anunciava que a guinada seria incisiva. "Precisamos terminar a guerra da administração Bush contra a ciência, na qual a ideologia sobrepuja a investigação científica e a política substitui a opinião de especialistas", escreveu em seu programa.
Dois temas da era Bush marcaram sua alienação da comunidade científica: a pesquisa com células-tronco embrionárias e a negação das evidências em favor do aquecimento global.
No que respeita à mudança climática, seu governo não só descartou o Protocolo de Kyoto, como ainda tentou silenciar pesquisadores de instituições federais, como a Nasa.
Não é só por uma inclinação ingenuamente iluminista que o presidente eleito revive a tradição americana de investir sem freios em pesquisa básica e aplicada. Obama explicitou em sua plataforma a consciência de que ciência e tecnologia tiveram e terão papel estratégico na pujança do país. Não por acaso cita a competição que os EUA já enfrentam de China e Índia no campo da inovação.


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