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VOLTAR A ANDAR
A Grande São Paulo tem cerca
de 18 milhões pessoas contidas
numa área relativamente restrita. A
maior parte dos habitantes é obrigada a fazer pelo menos dois deslocamentos diários pelas ruas, avenidas e
estradas da região metropolitana.
Não é uma surpresa, portanto, que o
trânsito seja difícil no conurbado.
Para agravar um pouco mais esse
quadro, só a cidade de São Paulo recebe em seu trânsito entre 400 e 500
novos veículos por dia. Não surpreende, portanto, que o número de
viagens em transporte individual
(carros, táxis, motos e bicicletas) feitas na Grande São Paulo tenha superado o de deslocamentos em meios
coletivos (ônibus, metrô, trens e lotações). De acordo com a pesquisa OD
(Origem/Destino) de responsabilidade do Metrô, com dados relativos a
2002, 52,96% dos deslocamentos se
dão em transporte individual, contra
47,04% em coletivos. Em 1997, os coletivos ainda superavam por estreita
margem os individuais.
O crescimento é bastante superior
ao esperado. Em 1999, especialistas
projetavam que as viagens em transporte individual chegariam a 54%
apenas em 2020. Chegamos a 2002
com praticamente 53%.
A situação é insustentável. Ela já está além de paliativos como a construção de túneis e viadutos que melhorem o fluxo de veículos. A saída para
o trânsito na região metropolitana
exige medidas mais agressivas e criativas de estímulo ao transporte coletivo e inibição do individual.
Corredores de ônibus e novas linhas de metrô são mais do que necessários. Mas isso, evidentemente,
não basta. É preciso também considerar alternativas como a ampliação
do rodízio de veículos e a adoção do
pedágio urbano, cujos recursos poderiam ser direcionados à melhoria e
barateamento do transporte público.
Antes, São Paulo não podia parar.
Hoje, precisa voltar a andar.
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