São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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PAC
"Esse "PACote" do governo federal deveria ter vindo na véspera do Natal, só assim aqueles que acreditam em Papai Noel poderiam acreditar em mais essa.
Isso parece um presente para banqueiros, com a conta sendo enviada para a sociedade e com os aplausos do setor empreiteiro, que vive à custa do governo.
Falar, por exemplo, que a propalada Lei do Supersimples ajudará a desonerar a carga tributária e burocrática é, no mínimo, má-fé. Quando haverá neste país um governo com coragem para mexer na estrutura de concentração de rendas e apear do poder os verdadeiros sanguessugas do povo brasileiro, os banqueiros, que controlam o cofre da nação, os juros altos, a dívida pública e o serviço da dívida?"
CLÓVIS DEITOS (Campinas, SP)

"A manchete da Folha de ontem é, no mínimo, leviana. O jornal, ao dizer que "governadores e empresários criticam o PAC", ignora os governadores, empresários e dirigentes que elogiaram o PAC. E não diz que os governadores mais críticos foram os da oposição -como era de esperar."
MAURICIO MACHADO (São Paulo, SP)

Paulo Preto
"O doutor Drauzio Varella foi absolutamente feliz em retratar o Paulo Preto (Ilustrada, 20/1). Poucas vezes na vida vi alguém tão querido e merecedor do afeto dos que o cercavam.
Conheci o Paulo quando eu era ainda residente de cirurgia no pronto-socorro do Hospital das Clínicas, onde ele, em uma função de transporte de pacientes, já esbanjava o seu bom humor. No Hospital Sírio-Libanês, onde trabalhou por mais de duas décadas, personificou o humanismo e o otimismo que tanto procuramos nos hospitais. Batizei sua única filha, o que uniu nossas famílias.
Meu compadre, as saudades de todos nós, médicos, enfermagem e pacientes!"
RAUL CUTAIT, professor da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

BNDES
"A propósito da nota de Elio Gaspari publicada na edição de 21/1 sob o título "BNDES-Prev" (Brasil), o BNDES esclarece o que segue:
1) Em nenhum momento funcionários do banco em condições de se aposentar foram beneficiados com recebimento da multa de 40% do FGTS; 2) Tal proposta não está em discussão na diretoria do BNDES."
PAULO BRAGA, assessor de imprensa do BNDES (Rio de Janeiro, RJ)

Metrô
"A tragédia no canteiro de obras da linha 4 do metrô deixa marcas profundas na história da cidade.
Era uma tragédia evitável. Uma só lei não pode ser revogada: é a lei da gravidade. Quando vejo elogios a arquitetos famosos pela ousadia de seus projetos, eu, como engenheiro, louvo a competência dos calculistas de concreto. Executaram a obra do metrô a partir de um projeto que ignorou os riscos conhecidos do trecho ribeirinho do Pinheiros, onde tudo aconteceu.
Quando foi construído o trecho Norte-Sul do metrô, era preciso que a linha cruzasse o rio Tietê. Os engenheiros do metrô e eu mesmo concluímos que passar por debaixo do rio seria temerário, e optamos então que, naquele trecho, a linha fosse construída em um elevado.
Está funcionando há mais de 30 anos, sem nenhum recalque, diariamente e em perfeitas condições operacionais.
Em minha segunda administração na Prefeitura de São Paulo (1993-1996), dois túneis foram feitos sob o rio Pinheiros -o túnel Jânio Quadros e o túnel Sebastião Camargo-, e nada de grave ocorreu. Os dois túneis do complexo Ayrton Senna passam por baixo do lago do Ibirapuera. Nunca vazou um pingo de água. O projeto da prefeitura foi perfeito e consciente.
Por quê? Porque aqueles túneis foram feitos a partir de projetos adequados, detalhados para o tipo de solo em que estão e fiscalizados pela própria prefeitura, diariamente, quando foram executados. Culpar as empreiteiras que executam as obras da linha 4 do metrô é inadequado e precipitado.
São as mesmas empreiteiras reconhecidas internacionalmente por sua competência e que construíram obras da magnitude de Itaipu, de Tucuruí, de Carajás, da ponte Rio Niterói, do aeroporto internacional de Guarulhos, do aeroporto internacional Tom Jobim, do aeroporto internacional de Confins (MG), da rodovia dos Imigrantes, da rodovia Ayrton Senna (ex-Trabalhadores), de 80% das hidrelétricas brasileiras, de mais de 20 mil quilômetros de estradas e auto-estradas, que estão aí, sólidas, inteiras, sem apresentar problemas.
Culpar essas empresas é trabalhar a favor das multinacionais do setor, porque abala o conceito dos brasileiros na disputa pela concorrência de obras internacionais, onde nossa engenharia é respeitada e admirada.
Porque tudo começou e acabou no projeto da obra de execução temerária, que ignorou as características do solo, o recalque diferencial do trecho onde se trabalhava e o próprio túnel, que deveria ser mais profundo, perfurando rocha viva.
É de lamentar que detalhes técnicos tenham sido ignorados. Errou a diretoria do Metrô, que escolheu mal o projeto e que agora quer se eximir de suas responsabilidades."
PAULO MALUF, ex-governador do Estado e ex-prefeito (São Paulo, SP)

Biodiesel
"Com base nas informações publicadas na reportagem "Questão de cultura" (Mais!, pág. 9, 21/1), cabe esclarecer que a afirmação de que "a Brasil Ecodiesel já tem o óleo de soja como sua matéria-prima, apesar de ter nascido com o objetivo de explorar a mamona" não reflete a realidade.
Desde 2003, quando foi criada, a Brasil Ecodiesel tem como estratégia investir pesadamente na diversificação de matérias-primas na cadeia de produção do biodiesel.
Hoje, atua em 19 Estados a partir de cultivos não só de soja mas de girassol, mamona, pinhão manso e algodão. Na região Sul, por exemplo, a empresa firmou contratos com agricultores que plantarão cerca de 280 mil hectares de girassol.
A estratégia da companhia é trabalhar não com apenas uma oleaginosa, mas com diversas matérias-primas, para que a empresa não fique atrelada a variações de preço e evite a competição direta com os insumos usados no mercado alimentício.
Quanto à afirmação de que a "Brasil Ecodiesel é apoiada pelo governo", cabe ter em mente que a empresa jamais recebeu qualquer benefício especial. Com o objetivo de promover o Programa Nacional do Biodiesel, o governo obviamente apóia todas as empresas que trabalham para que o Brasil se torne uma referência na produção e na utilização do biocombustível."
NELSON CÔRTES DA SILVEIRA, presidente da Brasil Ecodiesel (Rio de Janeiro, RJ)

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