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PAINEL DO LEITOR
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PAC
"Esse "PACote" do governo federal deveria ter vindo na véspera do
Natal, só assim aqueles que acreditam em Papai Noel poderiam acreditar em mais essa.
Isso parece um presente para
banqueiros, com a conta sendo enviada para a sociedade e com os
aplausos do setor empreiteiro, que
vive à custa do governo.
Falar, por exemplo, que a propalada Lei do Supersimples ajudará a
desonerar a carga tributária e burocrática é, no mínimo, má-fé.
Quando haverá neste país um governo com coragem para mexer na
estrutura de concentração de rendas e apear do poder os verdadeiros
sanguessugas do povo brasileiro, os
banqueiros, que controlam o cofre
da nação, os juros altos, a dívida pública e o serviço da dívida?"
CLÓVIS DEITOS (Campinas, SP)
"A manchete da Folha de ontem
é, no mínimo, leviana. O jornal, ao
dizer que "governadores e empresários criticam o PAC", ignora os governadores, empresários e dirigentes que elogiaram o PAC. E não diz
que os governadores mais críticos
foram os da oposição -como era de
esperar."
MAURICIO MACHADO (São Paulo, SP)
Paulo Preto
"O doutor Drauzio Varella foi absolutamente feliz em retratar o
Paulo Preto (Ilustrada, 20/1). Poucas vezes na vida vi alguém tão querido e merecedor do afeto dos que o
cercavam.
Conheci o Paulo quando eu era
ainda residente de cirurgia no
pronto-socorro do Hospital das
Clínicas, onde ele, em uma função
de transporte de pacientes, já esbanjava o seu bom humor. No Hospital Sírio-Libanês, onde trabalhou
por mais de duas décadas, personificou o humanismo e o otimismo
que tanto procuramos nos hospitais. Batizei sua única filha, o que
uniu nossas famílias.
Meu compadre, as saudades de
todos nós, médicos, enfermagem e
pacientes!"
RAUL CUTAIT, professor da Faculdade de Medicina
da USP (São Paulo, SP)
BNDES
"A propósito da nota de Elio Gaspari publicada na edição de 21/1 sob
o título "BNDES-Prev" (Brasil), o
BNDES esclarece o que segue:
1) Em nenhum momento funcionários do banco em condições de se
aposentar foram beneficiados com
recebimento da multa de 40% do
FGTS; 2) Tal proposta não está em
discussão na diretoria do BNDES."
PAULO BRAGA, assessor de imprensa do
BNDES (Rio de Janeiro, RJ)
Metrô
"A tragédia no canteiro de obras
da linha 4 do metrô deixa marcas
profundas na história da cidade.
Era uma tragédia evitável. Uma só
lei não pode ser revogada: é a lei da
gravidade. Quando vejo elogios a arquitetos famosos pela ousadia de
seus projetos, eu, como engenheiro,
louvo a competência dos calculistas
de concreto. Executaram a obra do
metrô a partir de um projeto que ignorou os riscos conhecidos do trecho ribeirinho do Pinheiros, onde
tudo aconteceu.
Quando foi construído o trecho
Norte-Sul do metrô, era preciso que
a linha cruzasse o rio Tietê. Os engenheiros do metrô e eu mesmo
concluímos que passar por debaixo
do rio seria temerário, e optamos
então que, naquele trecho, a linha
fosse construída em um elevado.
Está funcionando há mais de 30
anos, sem nenhum recalque, diariamente e em perfeitas condições
operacionais.
Em minha segunda administração na Prefeitura de São Paulo
(1993-1996), dois túneis foram feitos sob o rio Pinheiros -o túnel Jânio Quadros e o túnel Sebastião Camargo-, e nada de grave ocorreu.
Os dois túneis do complexo Ayrton Senna passam por baixo do lago
do Ibirapuera. Nunca vazou um
pingo de água. O projeto da prefeitura foi perfeito e consciente.
Por quê? Porque aqueles túneis
foram feitos a partir de projetos
adequados, detalhados para o tipo
de solo em que estão e fiscalizados
pela própria prefeitura, diariamente, quando foram executados.
Culpar as empreiteiras que executam as obras da linha 4 do metrô
é inadequado e precipitado.
São as mesmas empreiteiras reconhecidas internacionalmente
por sua competência e que construíram obras da magnitude de Itaipu, de Tucuruí, de Carajás, da ponte
Rio Niterói, do aeroporto internacional de Guarulhos, do aeroporto
internacional Tom Jobim, do aeroporto internacional de Confins
(MG), da rodovia dos Imigrantes,
da rodovia Ayrton Senna (ex-Trabalhadores), de 80% das hidrelétricas brasileiras, de mais de 20 mil
quilômetros de estradas e auto-estradas, que estão aí, sólidas, inteiras, sem apresentar problemas.
Culpar essas empresas é trabalhar a favor das multinacionais do
setor, porque abala o conceito dos
brasileiros na disputa pela concorrência de obras internacionais, onde nossa engenharia é respeitada e
admirada.
Porque tudo começou e acabou
no projeto da obra de execução temerária, que ignorou as características do solo, o recalque diferencial
do trecho onde se trabalhava e o
próprio túnel, que deveria ser mais
profundo, perfurando rocha viva.
É de lamentar que detalhes técnicos tenham sido ignorados. Errou a
diretoria do Metrô, que escolheu
mal o projeto e que agora quer se
eximir de suas responsabilidades."
PAULO MALUF, ex-governador do Estado e
ex-prefeito (São Paulo, SP)
Biodiesel
"Com base nas informações publicadas na reportagem "Questão de
cultura" (Mais!, pág. 9, 21/1), cabe
esclarecer que a afirmação de que "a
Brasil Ecodiesel já tem o óleo de soja como sua matéria-prima, apesar
de ter nascido com o objetivo de explorar a mamona" não reflete a realidade.
Desde 2003, quando foi
criada, a Brasil Ecodiesel tem como
estratégia investir pesadamente na
diversificação de matérias-primas
na cadeia de produção do biodiesel.
Hoje, atua em 19 Estados a partir de
cultivos não só de soja mas de girassol, mamona, pinhão manso e algodão. Na região Sul, por exemplo, a
empresa firmou contratos com
agricultores que plantarão cerca de
280 mil hectares de girassol.
A estratégia da companhia é trabalhar não com apenas uma oleaginosa, mas com diversas matérias-primas, para que a empresa não fique atrelada a variações de preço e
evite a competição direta com os
insumos usados no mercado alimentício.
Quanto à afirmação de que a
"Brasil Ecodiesel é apoiada pelo governo", cabe ter em mente que a
empresa jamais recebeu qualquer
benefício especial. Com o objetivo
de promover o Programa Nacional
do Biodiesel, o governo obviamente
apóia todas as empresas que trabalham para que o Brasil se torne uma
referência na produção e na utilização do biocombustível."
NELSON CÔRTES DA SILVEIRA, presidente da Brasil
Ecodiesel (Rio de Janeiro, RJ)
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