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ELIANE CANTANHÊDE
O bloco dos vices
BRASÍLIA - Como resultado da recuperação nas pesquisas, Lula esfregou
as mãos e voltou a sonhar com Nelson Jobim como seu vice na disputa
pela reeleição. Bastaria continuar em
campanha pesada, investir na propaganda e torcer para que os tucanos
não se biquem. O PMDB cairia no
seu colo, e Jobim, na chapa.
Jobim deixa a presidência do Supremo no final de março para se refiliar ao PMDB e pronto para o que der
e vier. Ele é bem mais próximo do tucano José Serra, um dos dois pré-candidatos do PSDB, do que de Lula, a
quem deu boa mão no Supremo. Serra não crê, mas os lulistas juram que
pode ser, sim, vice do chefe.
O plano B, para o caso de Lula
acordar e o sonho do PMDB não se
materializar, é manter José Alencar
na vice. Ele é outro que vai se desincompatibilizar do Ministério da Defesa para ficar disponível para uma
candidatura, qualquer candidatura.
Alencar só pensava naquilo: disputar a Presidência embalado pela crítica aos juros, mesmo contra Lula.
Não está dando certo. Lula sobe nas
pesquisas, o ânimo presidenciável de
Alencar cai, e ele já pensa que ficar
na vice pode não ser um mau negócio. A questão, agora, é convencer Lula. Com o PRP, um partideco?
Por fim, o plano C para a vice continua sendo Ciro Gomes. "Se não tem
tu, vai de tu mesmo." Aí, é preciso
conversar bem com os petistas do
Ceará. Luizianne Lins foi eleita prefeita de Fortaleza contra tudo, contra
todos e contra a própria cúpula do
PT e Lula. Está cheia de moral e mais
lulista do que já esteve. Não convém
trombar, de novo, com ela.
O vice de Lula, portanto, depende
das pesquisas. Como diz o outro, pesquisa é pesquisa, eleição é eleição,
mas que elas fazem uma diferença
danada na arrumação do jogo e dos
times não há dúvida.
Menos, aparentemente, no PSDB.
O PT está unido em torno de Lula e
tentando trazer o PMDB; e o PSDB
faz o contrário: despreza o favorito,
parece cada vez mais desunido e espanta o PMDB. Além do eleitor.
@ - elianec@uol.com.br
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