UOL




São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Imagens da guerra
"A foto do soldado iraquiano assassinado (pois outra coisa não pode ser!), ao lado de uma bandeira branca, na Folha desse domingo (Primeira Página) é a expressão mais acabada do que a guerra representa para os que se consideram os donos do mundo. Faço minhas as palavras de Clóvis Rossi, em sua coluna ("Não é guerra, é massacre", Opinião, pág. A2, edição de ontem), ao expressar o seu repúdio pelo massacre praticado por seres humanos contra outros seres humanos."
Miriam Foresti (Botucatu, SP)

 

"A Folha conseguiu mostrar para o mundo a inutilidade dessa guerra [no Iraque] ao publicar na Primeira Página (edição de ontem) foto de criança de apenas quatro anos de idade com queimaduras provocadas pelos bombardeios. Sou um privilegiado em ser assinante de um jornal que retrata o cotidiano com tanta sensatez."
Oswaldo dos Santos (São Paulo, SP)

 

"A Folha não é, creio eu, um jornal voltado para o sensacionalismo. Por isso, as fotos que publica nesse domingo, na Primeira Página, principalmente a da criança ferida, é dirigida para o público do sensacionalismo e do emocional. A Folha não deve se dirigir a esse público. Analisem o perfil de seus assinantes e leitores. Nas páginas de um jornal, não deve correr sangue. Meus protestos."
Pedro Torres (Florianópolis, SP)

Manifestação imprópria
"Lamentável foi a manifestação do sr. Mohamad Nassib Mourad, ao declarar que os Judeus são o "câncer da humanidade" ("Líder islâmico em SP ataca EUA e judeus", Mundo, pág A25, 22/3). Os muçulmanos, judeus, e todos os outros povos que aqui residem são trabalhadores e proprietários de paz. Quero pedir ao sr. Mohamad Nassib Mourad que nos ajude a construir um país em paz, onde tenhamos orgulho de conviver com todas as raças e todas as crenças, dando um exemplo ao mundo. Os problemas internos do Brasil, como o tráfico de drogas, a corrupção e a violência urbana, já são o bastante para um povo sofrido como o brasileiro."
Marcos Camargo (Salto, SP)

Pouca ameaça
"Passados quatro dias da invasão do Iraque -sim, porque não se trata de uma guerra, trata-se de uma invasão militar-, agora todos podem ter certeza do que já era óbvio (menos para Bush e Blair): o Iraque, depois de completamente destruído por uma guerra e por um embargo econômico implacável, jamais poderia possuir qualquer tipo de armamento considerado como ameaça aos vizinhos, quanto mais armas de destruição em massa."
Carlos Versiani (Belo Horizonte, MG)

Disputa ou massacre?
"O que estamos assistindo ao vivo e em cores é uma guerra ou um massacre? O que quer que esteja acontecendo não é contra o Iraque, e sim contra a humanidade, a democracia, a vida."
Gil Moreira Neto (São Paulo, SP)

Limites
"Três são as perguntas que venho me fazendo em seguidas noites de insônia: 1) Vidas por petróleo. Foi a isso que chegamos com o tão sonhado desenvolvimento? 2) Como assistimos inermes a um povo inteiro ser dizimado? Quem porá fim a esse selvagem espetáculo? 3) Que segurança todos teremos após isso? Ou alguém tem a ilusão de que essa demonstração de força bruta cessará quando acabarem com o Iraque?"
Elza Baider (Vinhedo, SP)

PT no governo
"As críticas recentes do presidente da Câmara, o petista João Paulo Cunha, ao desempenho do PT no governo somente vêm confirmar o que o PSDB vem dizendo há algum tempo. Sou um dos que sempre defenderam que o PT deveria passar pela experiência de ser poder para se tornar um partido orgânico de verdade, com um projeto consistente, realista e exequível. A experiência do poder certamente vai implicar aprendizagem e amadurecimento. De um lado, o PT vai perder sua ingenuidade administrativa ao enfrentar uma burocracia pesada e corporativista. De outro, vai ter de perder sua arrogância política e esse ar de superioridade que sempre ostentou diante dos outros partidos, de esquerda ou de direita. Foi assim que ele se comportou durante os oito anos de governo FHC, num oposicionismo sistemático que somente fazia sentido do ponto de vista da lógica eleitoral. Hoje, faz sua mea culpa numa autocrítica em vão, pois o tempo perdido não volta mais."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)

Previdência
"Com referência a nota do "Painel" ("Serviço facilitado", 19/3, Brasil, pág. A4), segundo a qual eu teria atacado as propostas apresentadas pelo ministro [Ricardo] Berzoini [Previdência], peço divulgar as perguntas que fiz ao ministro para melhor informar aos leitores da Folha. Perguntas: 1) Se havia iniciativas do ministério quanto a rever regras de filantropia que beneficiam várias entidades, além das medidas moralizadoras já feitas pelo ministro; 2) A opinião do ministro sobre um eventual plebiscito com referência a temas da reforma da Previdência. 3) Se a reforma pensada inclui todos os servidores civis e também os militares; 4) Se havia iniciativa do ministério quanto à elaboração de tabela atuarial brasileira; 5) Se, na proposta do ministério, haveria uma transição para determinadas regras de aposentadoria dos servidores. Elogiei o ministro Berzoini por aquilo que defini como "maratona de presença e de argumentos" com suas frequentes idas à Câmara dos Deputados e também por defender o salário mínimo como referência para valores de aposentadorias."
Arlindo Chinaglia, deputado federal (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Garotinho
"1) O governo do Rio, durante a gestão Anthony Garotinho, adotou iniciativas para promover o desenvolvimento e a geração de emprego e renda; 2) Várias atividades econômicas e grandes empreendimentos foram beneficiados por essas iniciativas, destacando-se os setores moveleiro, têxtil e de confecções, pedras ornamentais, construção naval, indústria plástica, gás-químico, informática e telecomunicações (centrais de atendimento); 3) Incentivos fiscais foram concedidos para atender a necessidade de promover o desenvolvimento regional; 4) O acerto dessa política é comprovado pelos resultados: no período 1998-2002, o crescimento do PIB fluminense foi o dobro da expansão do PIB nacional, e a arrecadação do Estado cresceu sistematicamente, com exceção do período correspondente à crise de energia; 5) Os incentivos fiscais concedidos pelo governo obedeceram, na maioria dos casos, ao imperativo de proteger o emprego e a renda da população fluminense, ameaçados pela guerra fiscal predatória instituída por outras unidades da federação; 6) No caso do setor de jóias, a redução da cobrança de ICMS é apenas uma das iniciativas que compõem o programa Rio Vale Ouro, cuja natureza é bastante abrangente; 7) O programa contempla, além do benefício fiscal, as seguintes iniciativas: a) Qualificação profissional; b) concessão de bolsas para designers trabalharem no primeiro centro de prototipagem rápida, único na América Latina; c) incentivo à legalização de empresas do setor; d) formação e qualificação de mão-de-obra operativa e de designers; e) apoio à formação de consórcios de exportação; 8) Como ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio durante a gestão Garotinho, vejo-me na obrigação de repudiar as ilações políticas do deputado Paulo Ramos expressas em reportagem da Folha ("Decreto de Garotinho tirou R$ 4,5 mi do RJ", Brasil, pág. A11, 21/3)."
Tito Ryff, secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio (Rio de Janeiro, RJ)


Texto Anterior: Marco Antonio Rodrigues Nahum: Estado e criminalidade

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.