Cafetina
"A cafetina e prostituta Andréia Schwartz, testemunha da investigação do escândalo que provocou a renúncia do então governador de Nova York, Eliot Spitzer, chega ao Brasil e avisa que não dará entrevista, mas pretende escrever um livro com toda a sua história. O brasileiro só pode estar carente. Qualquer coisa que tenta aparecer da pior maneira possível vira celebridade. No caso das prostitutas, logo se transformam em divas da literatura. Que o diga uma aí que escreveu alguns palavrões e achou que era a nova Clarice Lispector. Que distância.
Tanta gente boa luta para publicar duas linhas com qualidade e as editoras fecham as portas, mas uma mulher que foi presa há um ano e meio por porte de drogas nos EUA e só foi deportada para o Brasil porque negociou tudo que sabia sobre um governador safadinho será contratada a peso de ouro para escrever muitas linhas sobre sua vida vazia e pouco interessante. Depois a gente reclama da mediocridade do país."
ADAUTO JÚNIOR (Recife, PE)

Folha Corrida
"Parabéns à Folha pelo Folha Corrida. Espero que tenha uma vida longa. Está muito bem escrito e, como toda a Folha, fácil de ler."
BIBIANO RIBEIRO GONÇALVES JUNIOR (Votuporanga, SP)

Crise no PSDB
"Lendo a Folha nos últimos dias sobre a caminhada política de Geraldo Alckmin, parece estranho que o que está tão óbvio -que sua candidatura à Prefeitura de São Paulo consiste no primeiro passo de sua nova disputa pela candidatura à Presidência do Brasil em 2010- não seja nem sequer cogitada por nenhum dos comentaristas do jornal, como se houvesse uma conspiração do silêncio. Alckmin não está na situação de José Serra e, se não der o salto da prefeitura para a Presidência, nunca mais será visto como presidenciável. A oposição terá de escolher não entre dois governadores, de São Paulo e Minas, mas entre Geraldo, Serra e Aécio Neves, ou então entre Serra e Geraldo, se Neves aderir ao bloco oficialista. Isso será vital para o Mercosul."
PIER V. ANTONIO BALDACCINI (Córdoba, Argentina)

"Com relação às discussões em torno da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), gostaria, como eleitora, de expressar minha opinião. A situação em 2006 era diferente da de hoje, e fazer comparações simplistas é totalmente errado. Em 2006 havia dois candidatos do PSDB à Presidência, mas como Alckmin não poderia ser candidato à reeleição e terminava seu governo com 70% de aprovação, e Serra tinha acabado de ser eleito prefeito após duas derrotas à prefeitura e uma à Presidência, nada mais lógico que Alckmin concorresse à Presidência e Serra a governador. Alckmin foi um soldado do partido e poderia ter sido eleito presidente, se todos do PSDB o tivessem apoiado, pois sozinho conseguiu 40 milhões de votos, vencendo em vários Estados com números bem superiores aos de Serra. Em 2010, por tudo o que está acontecendo hoje, a história se repetirá com Aécio e Serra.
Não sou contra a aliança com o DEM, porém os limites e a fidelidade partidária têm de ser respeitados acima de tudo. Que ambos lancem candidatos e que o melhor vença."
ROSÂNGELA GALLUCCI (São Paulo, SP)

Educação
"O desempenho de mais de 95% dos estudantes paulistas do terceiro ano do ensino médio foi julgado inadequado. Esses dados foram colhidos pelo Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), em 2007.
Diante desse quadro o próprio governador já reconheceu que é preciso acabar com a malfadada aprovação automática, talvez a maior vilã dessa tragédia educacional."
IRACEMA PALOMBELLO (Bragança Paulista, SP)

Polícia
"Descaso. Este é o nome que deve ser dado à atitude da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo em face do vergonhoso e preocupante aumento do número de policiais militares mortos em serviço ou no "bico". O "bico" existe por culpa do salário imoral que o governo do Estado insiste em pagar aos praças. A Corregedoria tem atuado no intento de diminuir a prática do "bico". Contudo sua atuação se restringe a aterrorizar a vida dos que trabalham no "bico" para viver com um pouco mais de dignidade. Não existe uma atitude positiva, e sim uma repressão desumana, degradante e abominável. Em vez de investir em viaturas, ar condicionado e homens para fiscalizar as botas desengraxadas, as fardas desalinhadas e para preencher as colunas das estatísticas, o governo poderia aplicar investimentos em educação séria para os jovens, em salários dignos e treinamento para policiais."
RENILDO MIRANDA DE OLIVEIRA (Americana, SP)

Células-tronco
"Excelente, consistente e esclarecedor é o artigo do professor José Afonso da Silva em defesa da constitucionalidade da Lei de Biossegurança (21/3, pág. A3). A pesquisa com células-tronco embrionárias é expressão do desenvolvimento biotecnológico voltado para vida, com o respaldo ético e moral do princípio da beneficência. O uso de embriões inviáveis e excedentes estará a serviço de investigações médicas destinadas a salvar vidas, assegurando a todos o direito a desfrutar de progressos científicos voltados a aliviar a dor e o sofrimento. Não se pode conferir a mesma proteção jurídica a vidas já existentes e a embriões congelados há mais de três anos ou a embriões inviáveis, os quais tampouco serão introduzidos no útero para a finalidade de reprodução. A lei vem a ampliar o alcance da proteção constitucional dos direitos à vida e à saúde, com o triunfo da dignidade humana. Caberá ao STF a missão histórica de endossar o primoroso voto do ministro Ayres Brito, efetivando a vontade constitucional a favor do direito à esperança, conferindo prevalência ao direito à vida digna em face de dogmas religiosos, na afirmação de um Estado laico e secular."
FLÁVIA PIOVESAN, professora doutora da PUC-SP (São Paulo, SP)

O sr. José Afonso da Silva ("Tendências/Debates", 21/3) comenta que o que existe são "indicações", e portanto não fatos, sobre a eficácia das células-tronco embrionárias.
Ele diz que "as pesquisas não podem ser interrompidas". Atraso na ciência é a interrupção e a morosidade nas pesquisas e aplicações das únicas células-tronco que já apresentam curas e melhoras: as adultas. Não podemos esperar, se já podemos ser beneficiados por elas.
Por trás de insistência tão ilógica, parece que o que querem alguns cientistas é "resolver" o problema dos embriões que sobraram. Valorizam células-tronco embrionárias como sendo nossa "única esperança". Por que não valorizar as "indicações" de que embriões humanos gerarão seres humanos? Um "indício" que já resultou em mais de 6 bilhões de pessoas até nossos dias."
ANA C. NAGADO SASAKI (São Paulo, SP)

Pelé
"Fundamental a reportagem de Ricardo Perrone sobre a tráfico de jogadores (Esporte, 23/3), que no final das contas é mais uma traquinagem dessa figura macunaímica chamada Pelé. Começa a se desvelar a verdadeira figura do herói/anti-herói, espelho dos descaminhos desse homem obcecado por dinheiro, eterno Macunaíma encarnado. Mário de Andrade ficaria perplexo diante de sua premonição."
PAULO NASCIMENTO (Belo Horizonte, MG)

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