São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2001

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ATENÇÃO A JADER

Foi aprovado o relatório do senador Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ), do Conselho de Ética do Senado, que recomenda a abertura do processo de cassação dos mandatos de seus colegas Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (ex-líder do governo, sem partido-DF). A maioria dos parlamentares do conselho acatou o argumento de que os dois cometeram faltas graves na quebra do sigilo da votação que, no ano passado, retirou o mandato de Luiz Estevão.
A notícia traz alguma tranquilidade. Afinal, levantou-se uma suspeita sobre um acordo que vincularia o abrandamento da pena de ACM à retirada do apoio de seguidores do senador do pedido da chamada "CPI da corrupção". Mas ainda resta uma ponta de desconfiança e ela se aloja na atuação do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Anteontem ele decidiu dar um prazo de 15 dias úteis para que a Mesa da Casa analise o processo que vem do Conselho de Ética e o despache de volta. Com isso ampliou-se o prazo antes previsto para que ACM e Arruda decidam pela renúncia a fim de evitar que sejam punidos com a cassação e a consequente inelegibilidade por um período mínimo de oito anos. Ampliou-se também o prazo para novas manobras parlamentares e/ou regimentais.
O passado recente não tem sido nada abonador para o modo de Jader Barbalho conduzir pleitos delicados. Foi sob seus auspícios que resplandeceu, há duas semanas, a megachicana que ajudou a derrubar a CPI. Também é preciso trazer à memória outra manobra protagonizada pelo presidente do Senado, cancelando uma sessão do Congresso em que se votaria a mesma CPI. A desculpa utilizada foi uma homenagem a Mário Covas que nem sequer ocorreu, causando profundo constrangimento aos familiares do governador paulista que morreu em março.
Por isso, é preciso estar bastante atento às próximas movimentações de Jader Barbalho.


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