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O VOTO DE SÃO PAULO
A primeira pesquisa Datafolha
sobre a sucessão municipal em
São Paulo após a definição dos principais pré-candidatos sugere uma
disputa acirrada. No cenário mais
provável, José Serra, do PSDB, apareceu à frente, com 26% das intenções
de voto, mas em situação de empate
técnico com a prefeita Marta Suplicy,
do PT, que tem 20%, e com Paulo
Maluf, o candidato do PP, também
com 20%. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
É notável aqui a resistência de Paulo Maluf, que, apesar da nova leva de
denúncias levantadas contra ele,
conserva 1/5 do eleitorado paulistano. Na pesquisa anterior, realizada
em fins de março, ele tinha 24%. Outro destaque é a constatação de que a
candidatura de Luiza Erundina
(PSB), com 11%, não retira votos de
Marta, como muitos imaginavam.
Ao contrário, num cenário sem
Erundina, Marta fica estável e ganham votos Serra e, em menor proporção, Maluf.
A grande probabilidade de a eleição
ser definida apenas num segundo
turno torna especialmente importante o dado da rejeição às candidaturas. É aqui que Serra obtém grande
vantagem diante de seus adversários.
Apenas 11% dizem que não votariam
no tucano de modo nenhum. Já Maluf é repudiado por 50%, e Marta, por
43% do eleitorado.
Todos esses números, convém
lembrar, são um retrato do momento. Muita coisa ainda deve acontecer
de agora até outubro, quando ocorre
a votação. Nessa fase, pesquisas costumam refletir mais o "recall", o nível de conhecimento do candidato
pelo eleitorado, do que uma intenção
de voto já cristalizada.
Horário eleitoral gratuito, inaugurações de obras e até o desempenho
do governo federal deverão ter influência sobre o pleito paulistano,
que promete ter importantes repercussões na política nacional. Isso será ainda mais verdadeiro na hipótese
de se configurar um segundo turno
entre Marta e Serra, numa situação
análoga à da disputa presidencial de
2002, quando o político do PSDB enfrentou o atual presidente.
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