São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Governo Lula
"Lula e seus áulicos, que sempre alardearam serem vítimas do regime militar, agora mostram a face oculta: cercam-se dos antigos servos da ditadura -a exemplo do que fez FHC-, a quem leiloaram cargos em todos os escalões do governo. Hoje, o PMDB faz o que o PFL fazia em relação ao PSDB: negocia tudo o que é possível em troca de votos no Congresso. O senhor "Da Silva" vai à TV dizer que, se dessem mais alguns poucos reais ao salário mínimo, a Previdência quebraria. O que corrói a Previdência são os larápios, que atuam dentro e fora dela, desviando e roubando, e os próprios governos, que usaram o caixa do INSS para tapar buracos em outras áreas."
Spartaco Massa (São Paulo, SP)

Mudanças
"Lastimavelmente, poucos jornalistas brasileiros são tão objetivos e assertivos como Janio de Freitas. Em sua coluna de ontem, ele cita trecho do discurso de Lula alusivo aos 500 dias de seu governo: "Fui eleito para fazer mudanças. Essa é a minha missão e dela não abro mão". Janio desnudou o óbvio ao comentar: "Está confirmada, portanto, a mudança de Lula para a Granja do Torto enquanto o Palácio da Alvorada estiver em reforma". Eu acrescentaria outras, como a do "chiquérrimo" novo avião presidencial. Pobre povo brasileiro, que acreditou em mudanças e reluta em ver o rei nu."
Décio Luiz Gazzoni (Londrina, PR)

IFHC
"A criação do Instituto FHC é possivelmente uma tentativa estratégica do ex-presidente da burguesia de retornar ao poder no qual se deliciou por oito maravilhosos anos. Esperamos que o povo, que vive a realidade e verdadeiramente paga os impostos, tenha aprendido a lição. FHC poderia nos presentear com sua mudança definitiva para a França, onde merece longo e salutar repouso."
Rodrigo Vilhena Zapatin (Varginha, MG)

PSDB
"Se existe um partido que não tem autoridade para falar mal de nenhum outro ele se chama PSDB. Tem razão Elio Gaspari, que não desqualifica o PSDB, apenas constata a realidade dos fatos. O PSDB é um partido sem identidade, com um discurso dúbio e descasado de sua prática. Diz-se social-democrata, mas não passa de um partido neoliberal de direita, que dá tudo aos fortes em detrimento dos que realmente necessitam. Chegam a ser hilariantes as assertivas do senhor Edson Aparecido, que disse que o PSDB é sério e tem um projeto para o Brasil. Qual é esse projeto? Levar-nos ao mesmo caos a que chegou a Argentina recentemente? O PSDB precisa explicar bem a "seriedade" que alega ter, principalmente tendo em vista as privatizações das teles, dos bancos e da Vale do Rio Doce, as concessões rodoviárias, os acordos espúrios e a elevação de nossa dívida pública. Não sou nem nunca fui do PT, mas, para sairmos do atoleiro em que o PSDB nos colocou, precisamos de tempo, qualquer que seja o partido no poder."
Ary Braga Pacheco Filho (Brasília, DF)

Assim caminha
"Surge mais um escândalo envolvendo o dinheiro público. Desta vez, numa das áreas em que os serviços prestados pela administração pública apresenta se não a maior uma das maiores deficiências. Talvez por isso a saúde pública, mesmo após a instituição da permanente e tão famigerada CPMF, continue sucateada. A população que dela depende vive humilhada nas quilométricas filas. É inacreditável que, mesmo vendo o sofrimento da população pobre, esses corruptos não tenham uma crise de consciência. Continuam a esbulhar o dinheiro público, prejudicando principalmente aqueles que têm única e exclusivamente os hospitais públicos para se tratar. E assim caminha o país, de escândalo em escândalo, com essas práticas, que não são uma casualidade, antes fazem parte de uma cultura desenvolvida no decorrer dos nossos 500 anos."
Carlos Alberto Leite (São Paulo, SP)

Tortura
"Causa-me estranheza o tanto de espanto que a sociedade desinformada diz sentir ao ver as fotos e vídeos em que soldados americanos aparecem praticando torturas contra iraquianos cujo maior "crime" foi resistir à invasão de seu país. Essa prática vem de pelo menos do final dos anos 60 no Vietnã e aqui na América Latina. Os americanos atravessam os mares, destroem países inteiros, usam a força em lugar de ações diplomáticas e depois queixam-se do sentimento antiamericano pelo mundo afora."
Luiz Roberto Peres (Bauru, SP)

Israel
"Na carta "Israel" publicada ontem, o missivista comete alguns erros. O Estado de Israel não deve sua existência à ONU. O que a ONU fez em 1948 foi apenas reconhecer formalmente a existência de Israel e dar-lhe um lugar na ONU. Na prática, Israel já estava bastante bem organizado -tinha até um Exército, o que lhe permitiu defender-se quando seus vizinhos decidiram ignorar a resolução da ONU e tentaram "apagar" Israel do mapa. A presença judaica na terra de Israel data de pelo menos uns 3.000 anos. Quanto à intervenção da ONU para pacificar a região, isso nunca funcionou. A ONU já controla a fronteira de Israel com o Líbano e isso não impede os ataques dos terroristas do Hizbollah."
Jaime Frejlich (Campinas, SP)

Desvios
"A reportagem "PT ignora até desvio do PAS revelado por Pitta" (Cotidiano, pág. C5, 19/5) desvirtua fatos, a começar pelo título. O texto aborda gastos feitos à época do Plano de Atendimento à Saúde (PAS) que foram investigados pela atual administração municipal, sem nenhuma interferência do PT, e que já resultaram na propositura de ações na Justiça. A edição distorce informações para acusar que não estão sendo cobrados R$ 44 milhões -apontados pela gestão anterior. E registra muito discretamente que a prefeitura, nas ações que vem instruindo contra 12 gerenciadoras do antigo sistema, poderá cobrar cerca de R$ 100 milhões, ou seja, R$ 66 milhões a mais do que apontou a gestão anterior. Foi incorreto afirmar que "(...) a apuração feita pelos petistas não chegou a resultado nenhum (...)", pois o trabalho desenvolvido nesta administração coube a servidores e a procuradores municipais concursados. Nenhum militante de partido atuou, como afirma a Folha. Cabe esclarecer também que a Procuradoria Geral do Município (PGM) enviou à Folha, em 14/5, respostas por escrito. Em nenhum trecho informou que "decidiu não cobrar gastos irregulares do PAS apurados em auditorias contratadas em gestões anteriores". A PGM informou textualmente que "o caminho escolhido para recuperar os valores foi além do trabalho de auditoria realizada na administração anterior e que originou as glosas. A PGM está discutindo judicialmente a natureza dos contratos e dos pagamentos e a comprovação efetiva de ocorrência do desvio". Reitero informação relevante: "Além das ações já impetradas no fórum da Fazenda Pública da capital, na maioria contra três instituições bancárias, outras cem ações judiciais estão sendo finalizadas pela PGM e dirigem-se contra fornecedores de material hospitalar"."
Sonia Franieck, secretária municipal de Comunicação e Informação Social (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Fabiane Leite - A reportagem reproduziu os poucos dados fornecidos pela própria prefeitura, que dificultou o acesso à informação. Nenhum dos agentes públicos quis dar entrevista. As respostas da administração foram enviadas via nota oficial à 0h de 15/5 (sábado). A secretária Sônia Franieck foi procurada e não atendeu a reportagem. A prefeitura negou acesso ao relatório feito pela auditoria KPMG sobre o PAS e não apresentou as minutas de ações baseadas na auditoria. Desde o fim de 2002, nenhuma medida judicial baseada em apuração da atual gestão foi efetivamente tomada para punir eventuais desvios do PAS.



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